sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Mudança de endereço




Mudança de endereço

Av. Dr. Eduardo Cotching, 590 - Vila Formosa

São Paulo - SP


Abertura da Casa de Caridade 

Segundas às 19hs.

quarta-feira, 17 de julho de 2019

As lágrimas

Existem pessoas que afirmam ter uma grande dificuldade para chorar. Algumas, com certa inveja, comentam sobre a facilidade de outras em demonstrar sentimentos através das lágrimas.

Há quem acredite que as lágrimas são próprias da feminilidade, que atestam fraqueza, fragilidade.

Lemos, recentemente, a história de um pai que não conseguia chorar e foi surpreendido pela pergunta de seu filho de 5 anos:

Pai, por que nunca vi você chorar?

Que poderia ele responder?

Talvez fossem seus anos de raiva, tristeza e até alegria engolidas, que o impedissem de se expressar com lágrimas. Ou talvez porque fora educado com os conceitos de que o homem não deve chorar.

A verdade é que aquele pai sofria de problemas de depressão, com os quais lutava há tempos e somente respondeu:

Filho, lágrimas fazem bem para meninos e meninas. Fico feliz que você possa chorar sempre que está triste. Os pais, às vezes, têm dificuldade para mostrar como se sentem. Talvez eu possa melhorar algum dia.

Nos dias que se seguiram, o pai orou intensamente a Deus rogando por alguma coisa que o fizesse sentir-se melhor.

Aproximava-se o Natal com todo seu encanto e magia. O diretor da escola perguntou se Patrick, o garoto de 5 anos, poderia cantar pequena estrofe de uma canção natalina, em um culto na igreja.

Naturalmente, os pais se encheram de entusiasmo. O filho tinha pendores para a música. Estudava piano desde os 4 anos de idade. Gostava de cantar.

À medida que os dias iam sendo marcados no calendário, dando ciência da proximidade do evento, pais e filho começaram a ficar assustados.

O menino começou a temer não conseguir e o pai, principalmente o pai, compareceu à cerimônia religiosa na véspera de Natal, com expectativas limitadas.

Colocou-se no lugar do filho e imaginou que jamais ele enfrentaria um microfone e uma igreja com centenas de pessoas.

O garoto, vestido de branco, aproximou-se do microfone e começou a entoar as notas uma a uma. Eram versos lindos que enchiam o espaço e os corações.

O pai contemplou o menino e sentiu-se invadir por uma onda de ternura. O que seu filho cantava tinha sabor de eternidade, uma beleza sem par.

Parecia-lhe que um anjo se corporificara ali, perante a congregação, para brindar a todos com um presente especial de Natal.

Então, grossas lágrimas surgiram nos olhos daquele pai. A canção terminou e ele buscou o filho, ainda nos corredores.

Ajoelhou-se, para ficar do tamanho dele e penetrou com o seu o olhar azul do filho.

Patrick, você se lembra de quando me perguntou por que nunca me tinha visto chorar?

O menino afirmou com a cabeça.

Bem, estou chorando agora. Seu canto foi tão lindo que me fez chorar.

O garoto sorriu, feliz, e atirou-se nos braços do pai, dizendo-lhe ao ouvido enquanto o estreitava fortemente:

Às vezes, a vida é tão bonita que a gente tem de chorar.

* * *

Por temperamento nos retraímos em muitas circunstâncias, quando deveríamos exteriorizar os sentimentos que nos invadem.

Todos detemos a capacidade dos melhores sentimentos de amor. Expressá-los, permitir que outros compartilhem das nossas emoções, das alegrias ou das dores que nos invadam o íntimo, é também exercício de humildade e fraternidade.

Quando nos sentirmos tocar nas fibras mais delicadas de nosso ser, pela música, um gesto de carinho, uma conquista dos nossos pequenos, permitamo-nos a visita das lágrimas doces, expressão do amor que alimenta outros amores, sem vergonha, porque ninguém evolui realmente sem o cultivo dos sentimentos mais edificantes.




Momento Espírita com base no conto Longe, na manjedoura, 

da revista Seleções Reader’s Digest, de dezembro de 1998.



domingo, 7 de julho de 2019

O Manacá

O manacá é uma planta conhecida da Mata Atlântica e espalhada por todo o Brasil.

Ela se adapta bem aos solos pobres, por isso mesmo recomendável para o povoamento de áreas devastadas.

Possui considerável valor ornamental, podendo ser usada em maciços ou isoladamente, na composição dos jardins.

De um modo geral, a coloração das flores ao abrir é branca, alterando depois para o lilás e o roxo-violáceo.

Um manacá em flor proporciona um verdadeiro show natural, que merece admiração.

Possivelmente por esse motivo aquele projeto de árvore, miúdo, baixinho, nos chamou a atenção.

Na sua pequenez, apresentava-se carregado de flores. Não se sabia, de imediato, se era um arbusto florido ou um ramalhete de flores coloridas que alguém plantara na terra.

Ele mostrava todo seu viço ao sol da manhã e nos detivemos alguns minutos contemplando-o.

Como podia aquela árvore minúscula assim se mostrar rica de flores? Ela mal colocara o caule reduzidos centímetros acima do solo...

E, olhando-o, entre o espanto e a admiração, é como se ouvíssemos o manacá nos dizer: Eu sou um manacá. Fui plantado para florir, para embelezar este lugar.

Então, veja o que eu fiz. Eu floresci. Não importa que eu seja minúsculo, eu fiz a minha parte, eu cumpri a minha missão.

Sou flores, cores, beleza.

* * *

Deveríamos ser como o manacá: atender nossa missão, não nos considerando pequenos, ou inúteis.

Importante é que façamos aquilo para o qual viemos para este mundo. Ou seja, progredir.

E para progredir temos que estudar, reflexionar, ler, meditar.

Aprender e executar. Realizar a parte que nos toca no concerto da Criação.

Viemos ao mundo para cumprir um plano. E ninguém é pequeno demais para atender o que lhe foi estabelecido ou escolheu, por vontade própria, antes de nascer.

Podemos não conquistar o primeiro lugar no curso em que nos matriculamos, mas podemos conclui-lo com honra, extraindo dele o melhor.

Podemos não ser o funcionário número um em desempenho, mas podemos realizar a função que nos cabe com seriedade, disciplina, da melhor forma que nos permitam nossas habilidades.

Podemos não falar várias línguas mas podemos utilizar palavras preciosas do nosso idioma, como obrigado, por favor, é possível?

Podemos não ter o QI mais elevado da equipe profissional, mas podemos desenvolver a consciência do dever retamente cumprido.

Podemos ser os únicos a atravessar a rua na faixa de pedestres, a ceder nosso lugar no coletivo a quem reconhecemos ter alguma dificuldade na sua mobilidade.

Podemos ser os únicos a cumprir todos nossos deveres, a pagar todas as nossas contas, a honrar nossos compromissos.

Podemos, enfim, ser como o manacá. Um ser minúsculo que acredita não será jamais notado.

Mas, exatamente imitando-o, podemos surpreender a quem se aproxime de nós pela nossa gentileza, nossa disposição de servir, nossa vontade de ajudar.

Permitamos, pois, que qualquer que se nos aproxime receba o perfume da nossa boa vontade, as cores da nossa fraternidade, a beleza da nossa solidariedade.


Pensemos nisso. Sejamos no mundo, o manacá minúsculo, na aridez das pedras, explodindo em cores e perfumes, embelezando as veredas, surpreendendo as pessoas.


sábado, 6 de julho de 2019

A Vida


A vida é a continuação de uma existência que é imortal.

Estando nela neste momento, procure viver os momentos que lhe são colocados da melhor forma, sejam eles difíceis ou não, pois sempre você vai tirar de tudo um aprendizado maravilhoso para continuar a sua caminhada.

Pense que a vida é uma benção, e se você tem hoje a oportunidade de viver, agradeça a Deus todos os dias em que você pode abrir os seus olhos, pois ele está dando a você a oportunidade do aprendizado.

Que a prosperidade de dias cheios de objetivos e lutas faça parte de sua vida hoje e sempre.

“O homem não morre quando deixa de viver, mas sim quando deixa de amar”

"Não temos em nossas mãos as soluções para todos os problemas

do mundo, mas diante de todos os problemas do mundo

temos nossas mãos.”



domingo, 12 de maio de 2019

Obrigado Mãe!

Um dia, o Amor estendeu as mãos
para o nada e abriu o espaço…
Um dia, o Amor estendeu as mãos
para o homem e abriu-se o encontro…
Um dia, o Amor se tornou
vida de tua vida e eu existi…
Mãe, o céu sem confins revela-me teu amor…
A vastidão do mar fala-me da tua bondade…
As altas montanhas refletem teu heroísmo…
A profundeza dos vales espelha tua humildade…
A beleza das flores traduz teu caminho…
Tudo isso encerras dentro de teu grande coração…
E silenciosa, serena, sorrindo,
continuas labutando no cotidiano da vida.
Um dia, o Amor se tornou
vida de tua vida e eu existi.
Obrigado, Mãe!



Ser Mãe

Ser mãe…

Eis o trabalho mais difícil da face da Terra.

Ser mãe é seguir o turno de 24 horas, 7 dias por semana.

É estar acordada quando o resto do mundo dorme. É amamentar na madrugada e ver as luzes das janelas se apagando, até que só reste a sua.

Ser mãe é cheirar a leite por vários meses (e detestar!). E morrer de saudades de dar o peito, quando o filho desmamar.

Ser mãe é aprender a trocar fralda no escuro. Com direito a passar creme anti-assaduras, claro!

Ser mãe é preparar a primeira papinha com o maior cuidado do mundo, e levar um cuspe de volta.

Ser mãe é comer comida fria, é ser a última a se servir. Ou mesmo deixar de comer, para dar sua parte ao filho que necessite.

Ser mãe é querer que o filho se arraste, engatinhe e finalmente consiga andar. E quando ele aprende a correr, sentir saudades do bebezinho que ficava o dia todo em seu colo.

Ser mãe é nunca mais olhar para um termômetro que marca 37 graus do mesmo jeito. É passar a noite segurando a mão do pequeno, para se assegurar de que a febre passou.

Ser mãe é morrer de vontade de chorar ao ver o filho doente. E segurar a onda e sorrir, para não preocupá-lo.

Ser mãe é acordar cansada, depois de uma noite mal dormida. E apesar disso fazer tudo do mesmo jeito: dar banho, comida, brincar, trabalhar, cuidar da casa, e colocar o filho para dormir.

Ser mãe é se perguntar quando passará novamente um dia sem ouvir choro (minha filha tem três anos, e ainda não cheguei lá!).

Ser mãe é querer viajar sozinha, mas abrir mão disso até ter certeza de que seu filho ficará bem sem ela. E quando esse dia chegar, contar os dias para receber o abraço da volta.

Ser mãe é exercitar a paciência diariamente. E perdê-la de vez em quando, entre uma crise de birra e outra.

Ser mãe é ouvir do filho as mesmas palavras que lhe ensinou. E perceber que não basta falar, é preciso dar exemplo.

Ser mãe é sentir culpa por querer voltar ao trabalho. Ou largar tudo para cuidar de um filho, e sentir falta de trabalhar fora.

Ser mãe é aprender que, com duas mãos, é possível executar muito mais do que duas tarefas. Atender ao telefone, empurrar o carrinho, abrir a porta, escrever um bilhete, e dar a última colherada do prato são só alguns exemplos das combinações possíveis.

Ah, mas ser mãe também é…

Sentir aquela mãozinha tão pequena e tão forte, que segura seu dedo como que querendo dizer: “ei, estou aqui, agora você não está sozinha!”.

É poder afagar por alguns anos os cabelos de um pequeno anjo, enquanto ele está sob suas asas.

É acordar pela manhã com um abraço apertado, como se não se vissem há muitos anos! O mesmo vale para a saída da escola.

Ser mãe é mostrar uma flor ao filho, e reparar em sua beleza, como há tempos não fazia.

Ser mãe é se emocionar na primeira vez em que vê o filho repartindo o biscoito.

Ser mãe é ter direito de chorar na apresentação da escola, do ballet, no campeonato de natação, sem que ninguém a estranhe por isso.

Ser mãe é ter a casa cheia de risadas e de gritinhos de felicidade. É lembrar como se brinca de carrinho, de boneca, de esconde-esconde, de pega-pega.

Ser mãe é adquirir a coragem de fazer o que seu coração realmente deseja. Porque não há mais espaço para covardias dentro de si.

Ser mãe é tentar ser uma pessoa melhor a cada dia. Porque seu filho merece uma mãe que se aprimora com o tempo.

Ser mãe é descobrir que o coração é um espaço infinito. E que quanto mais se ama, mais amor cabe ali dentro.