quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Não Desista


“Nunca desista de nada só porque é difícil,
afinal, o que é difícil de se conquistar,
também é difícil de se perder.”



domingo, 25 de setembro de 2016

Amar é sofrer?

Quem disse que “amar é sofrer” jamais amou.
O beijo do ar da madrugada desperta a vida que dorme.
O sorriso da lua engrinaldada de estrelas diminui as sombras.
A carícia do sol vitaliza todas as coisas.
E a chuva que lava a terra, e reverdece o chão, e abençoa o mundo, correndo no rio, esvoaçando na nuvem esgarçada, são as tuas expressões de amor, construtor real, demonstrando o teu poder, a tua grandeza e a minha pequenez.
Quem ama, sempre doa, e não sofre, porque ama.
Quem diz que amar é sofrer ainda está esperando pelo amor e jamais amou.


* * *
As palavras do poeta Tagore são fortes. Desafiam todos os autores que até hoje cantaram, emocionados, as dores do amor.
E foram tantos... E ainda são.
O amor do mundo sempre esteve vinculado à dor, pois sempre foi um amor apego, um amor posse, um amor desespero.
Agia-se no ímpeto por amor, e lá vinha a dor. Esperava-se indefinidamente por amor, e lá se iam anos de sofrer silencioso.
Nossa arte revela isso de forma magistral: o ser humano tentando sobreviver amando dessa forma.
Chegamos ao ponto de nos autoflagelarmos por ele, ou ainda, de acabar com nossa própria vida, por não suportar tal vil pesar. E o pior, achamos isso belo, romântico...
Imaturos fomos, assim como o que chamamos de amor ao longo das eras também o foi.
Inventamos um tal deamor à primeira vista, para justificar paixões retumbantes, apenas desejos ardentes muitas vezes...
Alguns ainda, aprenderam a chamar o ato da união sexual em si, de fazer amor, como se em toda coabitação ele estivesse obrigatoriamente presente – quem dera...
Entendemos pouco de amor.
E não foi por falta de bons exemplos.
Recebemos na Terra o Espírito que irradiava amor, e que proclamou esta palavra aos quatro ventos, de uma forma inesquecível.
O amor do qual Jesus falava era esse amor doação, o amor ágape.
Pode haver sofrimento em nosso coração ainda por algum tempo, mas não por amar, e sim, apenas por não sabermos amar de forma devida.
São nossos vícios que trazem as dores. O amor só traz alegria e paz, pois é responsável pela consciência pacificada.
A carícia do sol vitaliza todas as coisas e o amor verdadeiro é este sol, que sempre vitaliza e nunca enfraquece.
Nas piores noites o sorriso da lua engrinaldada de estrelas diminui as sombras. É novamente o amor, consolando, dando esperança, e jamais provocando mais escuridão.
É tempo de conhecer melhor o amor, agora que podemos ser mais maduros, que entendemos que não possuímos as coisas nem as pessoas; agora que entendemos que não estamos aqui para ter, mas para ser.
Ainda estamos esperando pelo amor, é certo, porém, cada movimento que fazemos em direção ao outro, deixando de lado o vício do egoísmo e do orgulho, é um passo que damos até ele.
E talvez logo descubramos que não fomos nós que esperamos pelo amor durante todo esse tempo, mas ele que sempre esperou por nós...

com base em trecho do cap. XXII, 
do livro Estesia, de Rabindranath Tagore, 
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.



segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Discernimento

Os defeitos mais arraigados são aqueles que tomamos à feição de qualidades.
É preciso discernir:


Apresentação e vaidade;
Brio e orgulho;
Serenidade e indiferença;
Correção e frieza;
Humildade e subserviência;
Fortaleza e segurança de coração.
Quando algum sentimento nos induzir a parecer melhor ou mais forte que os outros, é chegado o momento de procurar a nossa própria realidade, para desistir da ilusão.
De que serve a felicidade dos felizes quando não diminui a infelicidade dos que se sentem menos felizes?


Por: André Luiz (Espírito)
Do livro “Endereços da Paz”
Psicografia: Francisco Cândido Xavier

sábado, 10 de setembro de 2016

A palavra sincera

Você sabia que a palavra sincera foi criada pelos romanos?
Eles fabricavam certos vasos com uma cera especial tão pura e perfeita que os vasos se tornavam transparentes.
Em alguns casos era possível distinguir os objetos guardados no interior do vaso.
Para um vaso assim, fino e límpido, diziam os romanos:
Como é lindo! Parece até que não tem cera!
Sine cera queria dizer sem cera, uma qualidade de vaso perfeito, finíssimo, delicado, que deixava ver através de suas paredes.
Com o tempo, o vocábulo sine cera se transformou em sincero e passou a ter um significado relativo ao caráter humano.

* * *
Sincero é aquele que é franco, leal, verdadeiro, que não oculta, que não usa disfarces, malícias ou dissimulações. A pessoa sincera, à semelhança do vaso, deixa ver, através de suas palavras, os nobres sentimentos de seu coração.
Assim, procuremos a virtude da sinceridade em nossos corações. Sim, pois na forma de potencialidade, ela está lá, aguardando o momento em que iremos despertá-la e cultivá-la em nossos dias.
Se buscamos a riqueza do Espírito, esculpindo seus valores ao longo do tempo, devemos lembrar da sinceridade, desse revestimento que nos torna mais límpidos, mais delicados.
Por que razão ocultar a verdade, se é a verdade que nos liberta da ignorância?
Por que razão usar disfarces, se cedo ou tarde eles caem e seremos obrigados a enfrentar as consequências funestas da mentira?
Por que razão dissimular, se não desejamos jamais ouvir a dissimulação na voz das pessoas que nos cercam?
Quem luta para ser sincero conquista a confiança de todos, e por consequência seu respeito, seu amor.
Quem é sincero jamais enfrentará a vergonha de ser descoberto em falsidades.
Quem luta pela sinceridade é defensor da verdade do Cristo, a verdade que liberta.

* * *
Sejamos sinceros, lembrando sempre que essa virtude é delicada, é respeitosa, jamais nos permitindo atirar a verdade nos rostos alheios como uma rocha cortante.
Sejamos sinceros como educadores de nossos filhos. Primemos pela honestidade ensinando-lhes valores morais, desde cedo, principalmente através de nossos exemplos.
Sejamos sinceros e conquistemos as almas que nos cercam.
Sejamos o vaso finíssimo que permite, a quem o observa, perceber seu rico conteúdo.
Sejamos sinceros, defensores da verdade acima de tudo, e carreguemos conosco não o fardo dos segredos, das malícias, das dissimulações, mas as asas da verdade que nos levarão a voos cada vez mais altos.
Por fim, lembremo-nos do vaso transparente de Roma, e procuremos tornar assim o nosso coração.

com base no texto A palavra sincera, de Malba Tahan


quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Mudas alegres de manjericão

Gestos simples podem mudar o mundo. Inspire-se em mais um deles.
Há cerca de um ano, uma produtora cultural e artesã de quarenta e três anos, resolveu dedicar parte de seu tempo para deixar o dia de outras pessoas um pouquinho mais feliz.



E com uma atitude bem simples: ela oferece manjericão para quem passa perto da sua casa, numa das grandes capitais brasileiras.

Tudo começou quando ela decidiu distribuir as folhas para outros moradores do bairro.
Nonô, como é conhecida, reuniu embalagens de suco, caixinhas de leite e outros vasinhos descartáveis e os colocou em uma mureta, na fachada de casa para que quem passasse, levasse as mudas.
Com o intuito de que os passantes soubessem que as plantas estavam ali para serem levadas, a produtora colocou no portão uma placa com a seguinte frase:
Pode levar mudas alegres de manjericão para deixar sua vida cheirosa.
Muita gente olhava a foto - na internet - e perguntava: “Onde é? Também quero.” Mas eu não divulgo o endereço. O objetivo não era eu transformar a minha casa numa floricultura, mas sim mostrar que, com coisas muito simples, podemos fazer grandes transformações, comenta Nonô.
Depois de publicar a foto nas redes sociais, ela diz ter se surpreendido com a repercussão.
Todos elogiam e dizem coisas como: “O mundo precisa de mais pessoas assim.” Minha resposta é: “Ora, seja uma delas.”
Essa ideia do seja uma delas é um ponto fundamental em nossas reflexões, um ponto de parada.
Um convite a sairmos da inércia de quem apenas observa, de quem apenas nota e elogia, para a posição de quem age, de quem faz.
Não precisamos de mais elogios, não precisamos de mais reconhecimentos de fachada, mas sim de que todos nos juntemos a esses que fazem a diferença no mundo e já não suportam mais o caos instalado.
Seja oferecendo braços abertos a haitianos refugiados, seja trabalhando pela educação de crianças carentes de bairros pobres, onde a criminalidade impera, ou mesmo oferecendo a gentileza de mudas de manjericão, precisamos de mais ação no bem.
Com as mudas vai a alegria de quem as plantou e as oferece. Aí está toda a diferença. Aí está todo valor.
A timidez dos bons tem nos custado muito caro, tem nos tomado muito tempo, tempo em que podíamos estar fazendo tudo diferente e melhor.
O bem não é tímido. É atuante. É impávido e entusiasmado!
Estudemos a vida dos grandes missionários do bem na Terra! Nenhum deles foi estrela apagada!
Agora reflita: Será que você não pode oferecer nem uma muda de manjericão para alegrar a vida de outra pessoa? Nem alguma mínima doação? Algo inesperado, algo que venha de seu coração, algo a mais do que já faz?
Mas me falta tempo! – Você dirá.
Será que é tempo que lhe falta mesmo?
Não tenho condições financeiras. – Outro afirmará.
Será que para nos doarmos precisamos de dinheiro?
Doe sua alegria, doe seu conhecimento, doe seu tempo, doe sua habilidade nisso ou naquilo, e faça o dia de alguém um pouco mais feliz.
Se o outro merece ou não, não importa. Você merece o bem que o bem lhe traz, pois se encharca dele em primeiro lugar – lembre sempre disso.
O mundo precisa de mais pessoas assim... Seja uma delas.

com base em 
reportagem publicada no site
www.catracalivre.com.br, em 31 de março de 2014