sábado, 28 de fevereiro de 2015

Incondicional

Só podemos encontrar paz e felicidade no amor quando abrimos mão das condições que colocamos no nosso amor pelos outros.
Assim inicia um dos capítulos da obra Os segredos da vida, a doutora Elizabeth Kübler-Ross, célebre estudiosa suíça, pioneira devotada ao trabalho com pacientes terminais.
Continua ela dizendo que geralmente impomos as condições mais duras àqueles que mais amamos.
O processo de abandonar condições e expectativas é extremamente difícil, porque, desde que nascemos, nos ensinaram o amor condicional.
Seríamos amados se fôssemos dóceis, obedientes, estudiosos, bem-comportados e por aí adiante. Havia sempre um “se”.
A escritora ainda afirma que uma das poucas ocasiões em que recebemos amor incondicional é quando nossos filhos são bem pequenos.
Eles não se importam com nosso status, o nosso dinheiro ou as nossas realizações. Eles simplesmente nos amam.
Somos nós que acabamos lhes ensinando a colocar condições no amor quando os recompensamos ao sorrir, tirar boas notas e ser o que queremos que eles sejam.
Se amássemos nossos filhos apenas um pouco mais incondicionalmente, por um pouco mais de tempo, talvez pudéssemos criar um mundo muito melhor para se viver.

* * *
A proposição de Kübler-Ross pode parecer um clamor utópico, é certo.
Uma realidade ainda muito distante, tendo em vista o nível de nossos relacionamentos atuais no mundo. Mas que isso não nos impeça de começar a trabalhar em prol dessa conquista.
Talvez a primeira tentativa esbarre no sentimento do medo, do medo de não ser correspondido, de não ser reconhecido.
Mas, ao compreender que a alegria, a gratificação que procuramos, está sobretudo no dar e não no receber, perceberemos que mesmo o gesto de amor que parece não ter sido identificado, quem dera retribuído, nos preenche, nos faz um bem muito grande.
O maior beneficiado do amor incondicional é sempre seu doador. Quando se acende uma lâmpada – disseram um dia – a primeira superfície que se ilumina é ela mesma.
Está aí a recompensa do amor.
O criador, quando na intimidade de seu universo infindo, deu vida ao amor, fê-lo autossustentável. Em sua essência ele não apresenta condições.
Lembremos de uma situação em que pudemos fazer um bem a alguém. Uma felicidade que tenhamos proporcionado, ou um pequeno favor que seja.
Recordemos do prazer sentido, do sentimento talvez indescritível de tranquilidade, de uma certa paz.
Pois é esse sentimento que a natureza plantou em nosso íntimo, para que procurássemos o bem, para que procurássemos o amor.
É a lei de amor se manifestando em uma de suas milhares de formas.
Busquemos, assim, o amor sem exigências, sem cláusulas, e nos deleitemos com a felicidade de amar.

* * *
Nossos filhos merecem nosso amor, independentemente se são bons filhos, se vão bem na escola, se são obedientes.
Na função de cocriadores, missão divina recebida, nosso compromisso maior está em amar.
Grande parte dos distúrbios, dos desequilíbrios trazidos pelos Espíritos em suas novas empreitadas terrenas, consegue suavização apenas através do amor.
Precisamos mostrar aos nossos rebentos que são amados.
Para isso, cabe a cada pai, a cada mãe, a busca pelo aprimoramento na arte de formar caracteres, a busca pelo estudo que lhes orientará sobre a melhor forma de colocar seu amor em prática.


Redação do Momento Espírita, com base no
livro Os segredos da vida, de Elizabeth Kübler-Ross e
David Kessler, ed. Sextante.
Em 23.5.2014.



sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Tende bom ânimo

Quem de nós está isento de dificuldades, problemas e dores ao longo da vida?
Quem consegue atravessar uma existência toda sem momentos de tristeza, processos dolorosos, perdas, angústias ou sofrimentos?
Isso se dá porque as dificuldades e dores, as aflições e tormentos da existência têm uma razão de ser.
Se assim não fosse, Deus, sendo bom e justo, Pai amoroso e ciente de tudo o que nos ocorre, não ofereceria as dores e aflições para o nosso cotidiano.
Entendemos que as dificuldades morais ou físicas, presentes em nossas vidas, fazem parte do processo evolutivo em que nos encontramos.
Ciente disso é que Jesus nos alertou, de maneira clara, que no mundo teríamos aflições. Porém, não esqueceu de nos recomendar bom ânimo para que, como Ele, pudéssemos vencer o mundo.
Este é o grande desafio da existência aqui na Terra: Vencer o mundo.
Naturalmente, se analisarmos a vida apenas como o pequeno espaço que se estende do ventre materno ao túmulo, se tornará difícil entendermos os porquês e razões dos sofrimentos.
Verdade que algumas aflições e dificuldades são próprias de nossas ações impensadas e de nossa imprudência.
Quantos passamos por agruras financeiras apenas por sermos imprevidentes e gastadores contumazes?
Quantos somos daqueles que padecemos doenças e males físicos simplesmente pelo descuido do corpo ou pelos excessos que cometemos?
Entretanto, há um grande contingente de dores que a vida nos oferece que não são consequência de ações do hoje, do agora. Dores que não conseguimos explicar.
Afinal, como entender a dor imensurável de uma mãe despedindo-se do filho que retorna ao mundo espiritual, deixando imenso vazio em seu coração?
Como explicar crianças, em tenra idade, tendo que lutar contra doenças terríveis que lhes minam a saúde, e lhes exigem dolorosos processos de tratamento?
* * *
Como Espíritos imortais que somos, sempre retornamos às lides da Terra com lições a serem aprendidas.
E, não raras vezes, esse aprendizado se dá sob o signo do sofrimento e da dificuldade. Não se trata de castigo divino, mas da nossa condição de aprendizes renitentes e teimosos.
Como a Lei Divina é de progresso e melhoria, mesmo os mais teimosos, mesmo os que tropeçamos em outras oportunidades, temos sempre novas chances de aprendizado e de burilamento pessoal.
Assim, as aflições do mundo são oportunidades de resgate e aprendizado.
O que hoje se nos mostra como imensa dor, a ponto de pensarmos que enlouqueceremos, amanhã veremos que foi momento de amadurecimento, de mudança de valores, de conquistas de virtudes.
Por isso, o conselho de Jesus: Tende bom ânimo.
Se hoje a dor nos chega, se estamos sob um maremoto de aflições, armemo-nos de fé, coragem e bom ânimo, entendendo que Jesus será sempre o Bom Pastor, a nos amparar, a fim de que, como Ele, nós também possamos vencer o mundo.


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

A Vida é feita de Escolhas

Já pensou o que você vai dizer pra você mesmo quando chegar no futuro?
Será que vai gostar do resultado da vida que planejou? Será que vai ficar feliz com o que conquistou?
A vida é feita de escolhas e elas podem determinar como vai ser o seu amanhã.
Por isso, é tão importante pensar em tudo que faz.
Um caminho errado pode levar você a um destino obscuro. E, muitas vezes, sem volta.
E nessa caminhada cada escolha importa. É preciso saber escolher a profissão certa, os amigos certos, é preciso saber escolher quem serão os seus mestres, os seu mentores e, claro, quem vai dividir a vida com você o tempo todo.
Alguma vez você já traçou os seus objetivos, as suas metas, os seus sonhos?
Esteja preparado para o acerto final com você mesmo.
Esteja pronto para se olhar no espelho e dizer: eu venci.
Caso contrário, terá que se contentar com o futuro que o destino escolheu pra você.
Não sei deixe levar pela sorte ou pela simples intuição do que pode dar certo.
Faça dar certo.
Não deixe que as suas escolhas coloquem pontos onde deveriam ter apenas vírgulas.
Ninguém pode cobrar mais de você do que você mesmo.
É você o grande chefe da sua vida, do seu futuro.
Portanto, é quem sabe quando deve melhorar ou fazer um up grade.
Se demita da mesmice, da preguiça, da má vontade, dos erros,
Se valorize, se elogie, se critique.
Faça isso ou alguém irá fazer por você.
A sua imagem amanhã é o que você fez ontem.
E lembre-se: Cada ruga criada ao longo da sua vida pode significar uma conquista ou uma derrota.
Mas isso, só você pode escolher.


Deivison Pedroza


terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Rastros

Os que estudam a fauna e nesse estudo se esmeram, sabem reconhecer, identificar os animais pelos rastros que deixam em sua passagem: as pegadas, os dejetos, as construções ou a destruição.
Os homens, igualmente, por onde passam, deixam suas marcas.
Há os que realizam, felizes, viagens turísticas e vão marcando o caminho com o que não mais necessitam ou de que se serviram: latas, papéis, cascas de frutas. Tudo jogado pela janela do carro ou deixado na areia, no campo ou na montanha.
Itens que vão assinalando a sua passagem. Parece que, quais os meninos que temiam não encontrar o caminho de volta para casa, necessitam deixar marcas precisas pelo caminho, a fim de poderem retornar, em outro momento.
Quem segue atrás de pessoas que assim se portam, logo reconhece que aquelas não primam pela educação e que não se importam com mais ninguém que consigo mesmas.
São pessoas que vivem no mundo como se somente elas existissem, que não atentam para o bem-estar alheio, com o dia seguinte, com o local em que vivem.
São essas mesmas que não se preocupam em colaborar com a coleta seletiva do lixo, que não economizam água mesmo em épocas de crise de abastecimento.
Para essas, o fato de pagar pelo consumo lhes dá o direito de usufruir sem limites, sem pensarem se o que desperdiçam, fará falta a outras comunidades.
São criaturas que não têm consciência de que a Terra é um único e grande lar de uma só Humanidade. Pessoas que não pensam no amanhã, que não se preocupam com a sustentabilidade do planeta, com o mundo do futuro.
Mas existe um outro tipo de marcas que, igualmente, deixamos no mundo.
São as marcas morais. Não são visíveis senão para os que têm olhos de ver, os que veem o seu entorno e com ele se importam.
Essas marcas são determinadas pelo comportamento, a conduta.
Cada um de nós, onde se situe, impregna, com suas vibrações, o local. Por isso mesmo, alguns somos muito benquistos, outros, nem tanto.
Alguns somos prestativos, simpáticos, de tal forma que nossa ausência é sentida, por mínima que seja. É percebida a falta do nosso sorriso, da nossa graça, do nosso bom humor. E nos recordam, rememorando procederes e ações que nos caracterizam.
Assim, se desejamos marcar nosso caminho com pegadas luminosas, comecemos hoje o exercício da gentileza.
Um sorriso, um por favor, obrigado, podem ser o início. E nos tornemos mais prestativos, solidários, amigos.
Francisco de Assis deixou impregnada de vibrações positivas a Porciúncula. Até hoje, quem a visite, se aquieta espontaneamente, sentindo bem-estar.
A nós cabe a decisão de registrar nossa passagem com as coisas positivas ou negativas.

* * *

Deixemos nossas marcas de bondade nas alheias vidas para que, mesmo após nossa partida da Terra, elas prossigam apontando caminhos de segurança, iluminando a estrada.
Um gesto de bondade poderá estimular a muitos.
Nossa palavra afetuosa poderá sustentar quem se encontra abraçado ao desânimo.
Nossa fortaleza moral poderá se constituir em apoio a quem está prestes a soçobrar.
Hoje, enquanto aqui estamos, marquemos de forma indelével nossa passagem.
Amanhã, os que percorrerem as mesmas veredas, encontrarão pontos luminosos de esperança, otimismo, bem-estar.
Pensemos nisso desde hoje, desde agora.


sábado, 7 de fevereiro de 2015

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Traços do Caráter Espírita

Humildade sem subserviência.
Dignidade sem orgulho.
Devotamento sem apego.
Alegria sem excesso.
Liberdade sem licença.
Firmeza sem petulância.
Fé sem exclusivismo.
Raciocínio sem aspereza.
Sentimento sem pieguice.
Caridade sem presunção.
Generosidade sem desperdício.
Conhecimento sem vaidade.
Cooperação sem exigência.
Respeito sem bajulice.
Valor sem ostentação.
Coragem sem temeridade.
Justiça sem intransigência.
Admiração sem inveja.
Otimismo sem ilusão.
Paz sem preguiça

André Luiz  / Médium Chico Xavier