segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Tem gente que te abraça e te reinicia




Tem gente que é tão especial, que chega a doer dentro do peito, de tanto que é querida. Gente que se doa, que chega do nada e muda tudo, que sorri com uma capacidade ímpar de contagiar quem quer que seja.

Tem gente que é tão especial, que chega a doer dentro do peito, de tanto que é querida. Gente que se doa, que chega do nada e muda tudo, que sorri com uma capacidade ímpar de contagiar quem quer que seja. Gente que não inveja, que fica ali do lado e, só de ali estar, já alivia a alma e deixa tudo menos denso.

Tem gente que parece ler pensamento, adivinhar do que os outros precisam, pois nunca oferece sólido quando se quer líquido, nunca erra no olhar sobre o outro. Gente que não julga, não aponta dedos, não fala de quem não estiver presente. Gente bonita, daquelas belezas raras, que vem lá de dentro e brilha tanto, que ninguém nem percebe se essa beleza é física – o interior iluminado ofusca olhares negativos.

Tem gente que ajuda todo mundo, sem precisar de nada em troca. Sabe aquela pessoa que, se puder, tira a roupa do corpo para agasalhar o outro?Sabe aquela pessoa que larga tudo o que estiver fazendo e vem correndo saber os motivos de nossas lágrimas? Gente que enxerga o mundo e as pessoas lá fora o tempo todo, sem perder tempo consigo mesma, sem se preocupar com tempo e espaço, apenas se preocupando com as necessidades de quem precisa.

Tem gente que ama de verdade, que o outro percebe e sente o quanto é intenso aquilo tudo. Gente que entra numa relação de corpo e alma, com o propósito de compartilhar, de juntar e somar, de conceder, de mudar no que for preciso, de entender quem caminha junto, andando junto, nunca à frente ou atrás – junto. Gente que se importa, que pergunta, que convida, que se lembra.

Tem gente que transpira amor, que tem o abraço mais gostoso do mundo, que recarrega a gente feito bateria, pois preenche o emocional, arrumando os sentimentos de quem está ao seu lado.Gente que sabe o que falar e quando não falar, apenas ali ficar, juntinho, enquanto o outro desaba. Gente que entende tanto do outro quanto de si mesmo, gente com olhos de amor.
Gente que respira junto, que estende as mãos, que olha nos olhos e transmite paz, tornando o outro melhor e mais feliz.

Gente que tem que ficar junto, sempre, de tão rara que é.

Marcel Camargo

Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas, chocolate e pela família.

domingo, 29 de outubro de 2017

A Lei de Amor

O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra -amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.

O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício que ela conduz o homem: condu-lo à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem.

Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. E então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes. - Lázaro. (Paris, 1862.)
* * *

Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo.

112ª edição. Federação Espírita Brasileira, 1996.




sábado, 28 de outubro de 2017

Antes que eles cresçam





Há um período em que os pais vão ficando órfãos de seus próprios filhos.

É que as crianças crescem de uma maneira independente, como árvores tagarelas e pássaros estabanados.
Crescem sem pedir licença à vida.

Crescem com uma estridência alegre e, às vezes com uma alardeada arrogância.
Mas não crescem todos os dias, de igual maneira, crescem de repente.

Um dia sentam-se perto de você, no terraço, e dizem uma frase com tal maneira que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.

Onde é que andou crescendo aquele pequeno ser e que você não percebeu?

Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com enfeites e o primeiro uniforme do maternal?

A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você agora está ali, na porta da boate, esperando que ela não apenas cresça, mas que apareça...

Ali, estão muitos pais ao volante, esperando que eles saiam radiantes, sorrindo, de cabelos longos e soltos.
Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão os nossos filhos com uniforme da sua geração.

Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e da ditadura das horas que pareciam intermináveis.
E eles crescem meio amestrados, observando e aprendendo com os acertos e erros.

Principalmente com os erros que esperamos que não se repitam.

Chega um período em que os pais vão ficando um pouco mais órfãos dos filhos.

Não mais os pegaremos nas portas das boates e das festas.
Não temos mais os uniformes do colégio e aqueles famosos ataques da adolescência passarão a fazer falta... Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judô.

Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Deveríamos ter ido mais à cama deles, ao anoitecer, para ouvirmos a sua alma respirando. Deveríamos ter acolhido com mais carinho quando corriam à nossa cama, durante a madrugada... Conversas e confidências entre os lençóis da infância e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, pôsteres, agendas coloridas e discos, hoje fazem falta.

Não os levamos suficiente ao Playcenter, ao shopping; não lhes demos suficientes hambúrgueres e refrigerantes, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprado.

Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afeto.

No princípio, iam à casa de praia entre embrulhos, biscoitos, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amigos de infância.

Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de chicletes, as cantorias sem fim e a insistente pergunta: “Pai, ainda falta muito?”

Depois chegou o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma e os primeiros namorados.

Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudade daquelas verdadeiras "pestes".

Chega o momento em que só nos resta ficar de longe torcendo e rezando muito para que eles acertem nas escolhas em busca da felicidade.

E que a conquistem do modo mais completo possível.
O jeito é esperar: qualquer hora podem nos dar netos.
O neto é a hora do carinho ocioso não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco.
Por isso, os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho.

Esperar... Esperar... Vamos ficando verdadeiros craques nisso.

Olhamos para a porta de nossas casas e lembramos quando eles chegavam da escola esbaforidos, com o uniforme todo sujo e sempre morrendo de fome. Hoje, eles entram carregando a chave do carro, trazendo junto tudo o que passaram durante a semana e que agora vão dividir com os seus pais.

É... Chego à conclusão de que eu não tenho mais como segurar aquela criança no meu colo... Tê-la nos meus braços como se fizesse parte do meu corpo, hoje é apenas um sonho... Suas asas já estão muito grandes e a vontade deles de voar é ainda maior.




Por isso, é sempre necessário fazer alguma coisa, antes que eles cresçam.




Affonso Romano de Sant'Anna

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Nossos problemas

Que tal deixarmos os nossos problemas um pouquinho de lado e prestar mais atenção em nossa própria pessoa? 
Como poderemos ajudar alguém, cuidar de algum doente ou resolver algumas pendências, se nós mesmos não estamos bem estruturados para isso? 
Temos a obrigação de cuidar do nosso corpo, da nossa mente e do nosso espírito, antes de doar as nossas energias em prol de qualquer outra coisa ou pessoa. 
Não se esqueça de que nosso corpo é o nosso instrumento de trabalho. Uma faca cega não corta nada ou uma ferramenta enferrujada ou sem lubrificação não tem serventia. 
Por isso, vamos procurar nos alimentar bem, dormir bem, sorrir mais, praticar alguma atividade para aliviar nossa tensão; vamos dedicar alguns minutos que seja para uma meditação, para um encontro com Deus a fim de também nos fortalecermos espiritualmente. 
Não devemos nos esquecer que o corpo, a mente e o espírito devem trabalhar em conjunto.


quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Sensibilidade e felicidade

Se alguém lhe dissesse que a beleza e a felicidade estão ao seu lado, radiantes, e que lhe falta apenas sensibilidade para percebê-las, você acreditaria?
Allan Kardec, na obra O céu e o inferno, que comemora cento e cinquenta anos de publicação, em 2015, afirma com propriedade:
Os Espíritos são criados simples e ignorantes, mas dotados de aptidões para tudo conhecerem e para progredirem, em virtude do seu livre­ arbítrio.
Pelo progresso adquirem novos conhecimentos, novas faculdades, novas percepções e, conseguintemente, novos gozos desconhecidos dos Espíritos inferiores.
Eles veem, ouvem, sentem e compreendem o que os Espíritos atrasados não podem ver, sentir,ouvir ou compreender.
A felicidade - acrescenta o professor de Lyon - está na razão direta do progresso realizado, de sorte que, dedois Espíritos, um pode não ser tão feliz quanto outro, unicamente por não possuir o mesmo adiantamento intelectual e moral, sem que por isso precisem estar, cada qual, em lugar distinto.
Ainda que juntos, pode um estar em trevas, enquanto que tudo resplandece para o outro, tal como um cego e um vidente que se dão as mãos.
Este percebe a luz da qual aquele não recebe a mínima impressão.
Sendo a felicidade dos Espíritos inerente às suas qualidades, haurem­na eles em toda parte em que se encontram, seja à superfície da Terra, no meio dos encarnados, ou no espaço.
O insigne educador e codificador do Espiritismo ilustra a questão, dizendo:
Uma comparação vulgar fará compreender melhor esta situação.
Se se encontrarem em um concerto dois homens, um, bom músico, de ouvido educado, e outro, desconhecedor da música, de sentido auditivo pouco delicado, o primeiro experimentará sensação de felicidade, enquanto o segundo permanecerá insensível, porque um compreende e percebe o que nenhuma impressão produz no outro.
Assim sucede quanto a todos os gozos dos Espíritos, que estão na razão da sua sensibilidade.
* * *
Quanto mais sensíveis somos, mais felizes nos tornamos.
Quanto mais sensíveis nos permitimos ser, mais envolvidos com a miséria alheia estaremos, podendo nos tornar agentes do bem em qualquer situação.
A insensibilidade tem nos feito surdos aos gritos de dor do mundo. Alguém grita, em altos brados, ao nosso lado e não temos nem tempo para nos envolver.
A sensibilidade, da qual Allan Kardec nos fala, é esta que nos faz ser felizes com o que temos, agradecidos pelas dádivas diárias com as quais a vida nos presenteia.
Enquanto alguns reclamam sistematicamente daquilo que lhes falta e por isso vivem infelizes, os sensíveis agradecem sempre que podem por aquilo que já conquistaram.
* * *
A natureza jubilosa é música, a vida que pulsa é música, o amor é música, e todos tocam sem cessar. Ouve quem tem ouvidos de ouvir.
Pare. Ouça. Sensibilize-se. Retire de si essas couraças que ainda o impedem de sentir.
A felicidade aguarda vocêna distância da sensibilidade.

com base no cap. 3, item 6, do livro O céu e o inferno, 
de Allan Kardec, ed. FEB


quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Causas Espirituais do Arrepio - Visão Espírita

A pele ou tegumento externo cobre todo o corpo, exceto nos orifícios naturais, onde continua nas mucosas. Constitui-se de epiderme, por fora, e do cório, logo abaixo.

Interessa-nos a parte do órgão do tato, que é servido Por numerosíssimas terminações nervosas, em bulbos sob o derma (os corpúsculos de Passini, os de Krause, e os de Ruffini), os que terminam livremente (corpúsculos de Meissner) e as terminações nervosas da epiderme, que ficam na capa mucosa de Malpighi.

Interessam, também, a nosso estudo, os pelos, que são formações epidérmicas, implantados em depressões cilíndricas do derma (“folículos pilosos”). A cada um deles está ligado pequeno músculo, o arrector pili (“eriçador do pelo”) esse músculo passa, da parte superficial do cório para o lado para o qual se inclina obliquamente o pelo, prendendo-se próximo ao folículo, na projeção formada pela raiz do pelo. Se o músculo for contraído pelo nervo a que está ligado, o pelo fica eriçado e o folículo se projeta para fora, causando leve proeminência temporária na superfície da pele, a que o povo chama “pele de galinha” (cútis anserina).

O órgão do tato tem bastante atuação no setor da sensibilidade mediúnica.

Vejamos alguns efeitos:

SENSIBILIDADE ARREPIOS

1) Quando de um médium de suficiente sensibilidade se aproxima um espírito desencarnado (e por vezes mesmo uma criatura encarnada que não tenha sido percebida por seus sentidos) a aura do espírito toca na aura do médium e os nervos cutâneos são atingidos e sensibilizados. Dá-se então pequeno (ou forte) choque nervoso, que faz que se contraiam os arrectores pilorum, eriçando-se os pelos, e a pele fica arrepiada.

2) Quando o médium percebe a aproximação de uma entidade, pode distinguir se se trata de alguém com elevação espiritual e bons sentimentos, se houver contacto com excitação dos bulbos de Krause (sensação de frescor ou frio, como “ar condicionado); ou se o espírito é involuído e de más intenções, pois neste caso são atingidos os bulbos terminais e os corpúsculos de Ruffini (sensação desagradável de calor).

3) Quando há passagem de um espírito, ou quando ele se liga ou desliga, o médium recebe uma descarga nos nervos epidérmico, sobretudo ao longo da coluna vertebral, contraindo-se todos os arredores pilorum, dessa região, geralmente subindo do cóccix ao occipital. A mesma sensação é experimentada quando alguém depara repentinamente, por exemplo, com um cachorro, assustando-se por temê-lo.

4) Mesmo quando não há, propriamente, aproximação de espírito, pode o sensível, ao evocar mentalmente ou por palavras, o nome de uma pessoa ou um fato, sentir o “arrepio” (pele de galinha) mais ou menos intenso, sendo mais frequente nos ante- braços que no corpo inteiro. Trata-se de uma emissão do simpático da própria criatura, sob o impacto da emoção, provocando irradiação pela superfície cutânea.


Carlos Torres Pastorino – Técnicas da Mediunidade.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Os Dez Mandamentos para Viver Bem com os Outros

  1. Tenha controle de sua língua. Sempre diga menos do que pensa. Cultive uma voz baixa e suave; a maneira de falar, muitas vezes, impressiona mais do que aquilo que se fala. 
  2. Pense antes de fazer uma promessa e depois não dê importância do quanto lhe custa.
  3. Nunca deixe passar uma oportunidade para dizer uma palavra meiga e animadora a uma pessoa, ou a respeito dela.
  4. Tenha interesse nos outros, em suas ocupações, seu bem-estar, seus lares e famílias. Seja alegre com os que riem e lamente com os que choram. Deixe cada pessoa com quem encontrar sentir que você lhe dispensa importância e atenção.
  5. Seja alegre. Conserve para cima os cantos da boca. Esconda as suas dores, seus desapontamentos e inquietações sob um sorriso. Ria de histórias boas e aprenda a contá-las.
  6. Conserve a mente aberta para todas as questões da discussão. Investigue, mas não argumente. É marca de ser superior... discordar e ainda conservar a amizade.
  7. Deixe as suas virtudes falarem por si mesmas e recuse falar das faltas e fraquezas dos outros. Desencoraje murmúrios. Fale coisas boas aos outros. 
  8. Tenha cuidado com os sentimentos dos outros. Gracejos e humor não valem a pena e freqüentemente magoam quando menos se espera.
  9. Não faça caso das observações más a seu respeito. Só viva de modo que ninguém acredite nelas. Nervosismo e indignação são causas comuns para maledicência.
  10. Não seja tão ansioso a respeito de seus direitos. Trabalhe, tenha paciência, conserve seu temperamento calmo, esqueça de si mesmo e receberá a sua recompensa.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

O Peso do Copo D'água

Um conferencista falava sobre gerenciamento de tensão.
Levantou um copo com água e perguntou à plateia: – Quanto vocês acham que pesa este copo d’água? As respostas variaram entre 20g e 500g.
O conferencista, então, comentou:
– Não importa o peso absoluto. Depende de quanto tempo vou segurá-lo. Se o seguro por um minuto, tudo bem. Se o seguro durante um hora, terei dor no braço. Se o seguro durante um dia inteiro, você terá que chamar uma ambulância para mim. O peso é exatamente o mesmo, mas quanto mais tempo passo segurando-o, mais pesado vai ficando.
– Se carregamos nossos pesos o tempo todo, mais cedo ou mais tarde não seremos mais capazes de continuar, pois a carga vai se tornando cada vez mais pesada.
É preciso largar o copo e descansar um pouco antes de segurá-lo novamente. Temos que deixar a carga de lado, periodicamente. Isto alivia e nos torna capazes de continuar.
Portanto, antes de você voltar para casa, deixe o peso do trabalho num canto. Não o carregue para casa. Você poderá recolhê-lo amanhã.


domingo, 22 de outubro de 2017

O que te Motiva?

Não sou diferente de você, tenho impulsos de angustia e as vezes me pego entre altos e baixos.
Motivação é algo que busco constantemente, somado a vontade de liberdade, conhecimento, reconhecimento e dinheiro, claro.
Você está agora se perguntando, O que vou fazer da vida?
É difícil você encontrar respostas para sua motivação, se espelhando na vida dos outros, até porque, as pessoas são diferentes, com experiências diferentes.
O que o faz levantar da cama, ir para o trabalho, para a escola, fazer exercícios ou encarar um ônibus lotado no final do dia?
O que nos move é uma exigência interna de liberdade, reconhecimento, participação e paixão.
E é neste tempo de redes sociais virtuais e tão intensas que tudo isso tudo tornou-se ainda mais importante. Talvez por isso tem hoje tanta gente infeliz, buscando algo melhor o tempo todo.
Se você busca satisfação em algo, concentre-se no caminho que deverá percorrer, a graça não está no topo, mas no percurso.
Ele é quem te motiva e lhe dá prazer.
Busque Autonomia. A liberdade é fator essencial para que você possa se sentir bem fazendo algo que talvez nem sabia que gostava.
Se esforce para ser sempre melhor que ontem. Valorize-se.
Viva experiências reais, sinta o cheiro das coisas, toque, veja.
Quando entramos no GOOGLE, a primeira palavra que encontramos é “ Busca”.
Isso resume facilmente a sua vontade constante de buscar algo. Buscar prazer, buscar uma resposta. Buscar não pode ser o problema essencial de sua vida, de sua felicidade. Porque se não, todo resultado encontrado será vago e entediante.
Reflita sobre quais são seus desejos mais íntimos, o que te recompensa verdadeiramente pelos seus esforços.
Evite que te satisfaça a curto prazo.

E afinal, o que te motiva?

Deivison Pedroza


sábado, 21 de outubro de 2017

Felicidade é um fruto que se colhe da felicidade que se semeia

Cada espírito é um canal de bênçãos, em se mantendo ligado às Leis do criador.
Lembre-se: você pode espalhar compreensão e otimismo.
Contemple a fonte ao dissipar as formações de lama que se lhe atira à corrente.
Não se detenha em pessimismo e azedume.
Qualquer tristeza manifestada impulsiona os tristes a ficarem mais tristes.
Fraqueza à mostra enfraquece os fracos ainda mais.
Encoraje o próximo com o seu sorriso, entregando suas mágoas a Deus.
Não se sabe de benefício algum que o desânimo tenha realizado.
Siga em frente, criando simpatia e amizade, esperança e cooperação.
Felicidade é um fruto que se colhe da felicidade que se semeia.
Plante amor e paz e a vida lhe trará farta colheita de paz e amor.
Quando a provação lhe apareça, terá surgido o seu momento mais importante para comunicar fé e coragem aos companheiros.
Quando o sofrimento desponte na estrada de alguém, estará você obtendo o instante dourado de auxiliar.
Haja o que houver, distribua confiança e bom ânimo, porque a alegria é talvez a única dádiva que você é capaz de ofertar sem possuir.
Evite amargura e desespero, porque todos estamos seguindo ao encontro do júbilo imperecível.
Se você não acredita que Deus é plenitude de paz e amor, alegria e luz, pense que a Terra poderá envolver-se nas sombras da noite, mas haverá sempre no Céu a fatalidade do alvorecer.

André Luiz


sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Gestos Simples

Gestos simples podem mudar o mundo. 
Inspire-se em mais um deles.
Há cerca de um ano, uma produtora cultural e artesã de quarenta e três anos, resolveu dedicar parte de seu tempo para deixar o dia de outras pessoas um pouquinho mais feliz.
E com uma atitude bem simples: ela oferece manjericão para quem passa perto da sua casa, numa das grandes capitais brasileiras.
Tudo começou quando ela decidiu distribuir as folhas para outros moradores do bairro.
Nonô, como é conhecida, reuniu embalagens de suco, caixinhas de leite e outros vasinhos descartáveis e os colocou em uma mureta, na fachada de casa para que quem passasse, levasse as mudas.
Com o intuito de que os passantes soubessem que as plantas estavam ali para serem levadas, a produtora colocou no portão uma placa com a seguinte frase:
Pode levar mudas alegres de manjericão para deixar sua vida cheirosa.
Muita gente olhava a foto - na internet - e perguntava: “Onde é? Também quero.” Mas eu não divulgo o endereço. 
O objetivo não era eu transformar a minha casa numa floricultura, mas sim mostrar que, com coisas muito simples, podemos fazer grandes transformações, comenta Nonô.
Depois de publicar a foto nas redes sociais, ela diz ter se surpreendido com a repercussão.
Todos elogiam e dizem coisas como: “O mundo precisa de mais pessoas assim.” Minha resposta é: “Ora, seja uma delas.”
Essa ideia do seja uma delas é um ponto fundamental em nossas reflexões, um ponto de parada.
Um convite a sairmos da inércia de quem apenas observa, de quem apenas nota e elogia, para a posição de quem age, de quem faz.
Não precisamos de mais elogios, não precisamos de mais reconhecimentos de fachada, mas sim de que todos nos juntemos a esses que fazem a diferença no mundo e já não suportam mais o caos instalado.
Seja oferecendo braços abertos a haitianos refugiados, seja trabalhando pela educação de crianças carentes de bairros pobres, onde a criminalidade impera, ou mesmo oferecendo a gentileza de mudas de manjericão, precisamos de mais ação no bem.
Com as mudas vai a alegria de quem as plantou e as oferece. Aí está toda a diferença. Aí está todo valor.
A timidez dos bons tem nos custado muito caro, tem nos tomado muito tempo, tempo em que podíamos estar fazendo tudo diferente e melhor.
O bem não é tímido. É atuante. É impávido e entusiasmado!
Estudemos a vida dos grandes missionários do bem na Terra! Nenhum deles foi estrela apagada!
Agora reflita: Será que você não pode oferecer nem uma muda de manjericão para alegrar a vida de outra pessoa? Nem alguma mínima doação? Algo inesperado, algo que venha de seu coração, algo a mais do que já faz?
Mas me falta tempo! – Você dirá.
Será que é tempo que lhe falta mesmo?
Não tenho condições financeiras. – Outro afirmará.
Será que para nos doarmos precisamos de dinheiro?
Doe sua alegria, doe seu conhecimento, doe seu tempo, doe sua habilidade nisso ou naquilo, e faça o dia de alguém um pouco mais feliz.
Se o outro merece ou não, não importa. Você merece o bem que o bem lhe traz, pois se encharca dele em primeiro lugar – lembre sempre disso.
O mundo precisa de mais pessoas assim... 
Seja uma delas.




quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Entre dois Mundos

Retomando o caminho de casa

Uma coisa maravilhosa que acontece nessa vida é que sempre que caímos ou nos desviamos da Luz, o Universo se movimenta para nos mostrar a direção certa que deveríamos tomar. Pode ser que tenhamos nos envolvido com sentimentos de baixa vibração e deixado de lado o caminho do coração. Talvez tenhamos nos embrenhado em caminhos tortuosos cultivando sentimentos de raiva, inveja ou até mesmo de baixa autoestima. Caminhos que com certeza nos levaram à dor e ao sofrimento…

Bem, em qualquer um desses casos, o Plano Divino sempre irá cuidar de nos mostrar o caminho de volta para casa, pois o seu Amor Infinito está sempre pronto a nos dar novas oportunidades de entendimento. O Universo reage ao desequilíbrio gerado por nós através da lei do karma, dando-nos a chance de viver as consequências geradas pelas más escolhas que fizemos que certamente foram baseadas na ilusão da separatividade, no nosso egoísmo.

Assim, o Plano Divino nos mandará recados que podem se manifestar de diversas formas, como advertências ou impulsos… portas que se fecham outras que se abrem, pessoas que se vão, outras que chegam… doenças, convites, acidentes, perdas etc..

Apesar da linguagem espiritual às vezes ser um pouco metafórica, todos nós temos a capacidade de perceber os sinais que o Universo nos envia, e geralmente logo após nos recuperarmos de uma queda ou de um desvio tendemos a seguir os conselhos do nosso coração, a caixa de ressonância entre nós e o Todo; o problema é que, lá adiante, podemos ser enganados novamente pelo nosso ego e ter novas recaídas.

Então, é importante perceber o recado, compreender com profundidade as lições que o Universo preparou para nós e retomar o caminho de volta com a determinação de não cair novamente. Precisamos estar atentos e não nos deixarmos levar novamente pelo nosso ego. Algumas chaves para isso são: em primeiro lugar a humildade, a aceitação de nós mesmos, o desapego em relação à nossa personalidade, depois precisamos aprender a ouvir o outro, a aceitá-lo como ele é, aprendendo assim a somar as diferenças. Outros pontos importantes são: pensar e expressar apenas coisas positivas, dar mais de si mesmo sem esperar nada em troca, fazer as coisas por amor não ambicionando reconhecimento ou agradecimentos… tentar ver a vida sempre como uma dádiva, uma grande oportunidade de nos lembramos de quem somos realmente como seres espirituais.

Se seguirmos esses exercícios ficaremos mais fortalecidos e com a mente limpa… tornando-nos mais capazes para seguir adiante corajosamente pelos altos e baixos da vida…

Quando realmente aprendemos com os tropeços e desvios, retomamos o caminho com mais alegria, paz, equilíbrio e a nossa volta pra casa se torna leve e clara. Tomamos a simplicidade como uma forma de viver mais significativa e gratificante. Aos poucos, vamos perdendo a necessidade de buscar fora, compreendendo que tudo o que nos acontece tem o mesmo objetivo: elevar-nos. Isso significa que podemos perceber a espiritualidade em tudo o que existe, desde o momento em que nascemos até o momento do nosso último expirar.

E outra coisa que nos causa imensa paz é que podemos sentir que somos amparados e acompanhados pelo Amor Divino desde sempre em toda a nossa trajetória eterna de volta pra casa… em direção à Harmonia Universal…


por Márian – Marta Magalhães

Fonte: STUM – Somos Todos Um



quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Estás Doente?

Todas as criaturas humanas adoecem, todavia,
são raros aqueles que cogitam de cura real.
Se te encontras enfermo,
não acredites que a ação medicamentosa,
atráves da boca ou dos poros, te possa restaurar integralmente.
O comprimido ajuda, a injeção melhora, entretanto nunca te esqueças de que os verdadeiros males procedem do coração.
A mente é fonte criadora.
A vida, pouco a pouco, plasma em torno de teus passos aquilo que desejas.
De que vale a medicação exterior, se prosegues tristes, acabrunhado ou insubmisso? De outras vezes, pedes o socorro
de médicos humanos ou benfeitores espírituais, mas, ao surgirem as primeiras melhoras, abandonas o remédio ou o conselho salutar
e voltas aos mesmos abusos que te conduziram à enfermidade. Como regenerar a saúde, se perdes longas horas na posição
da cólera ou do desânimo?
A indignação rara, quando justa e construtiva no interesse geral, é sempre um bem, quando sabemos orientá-la em serviços de
elevação: contudo, a indignação diária, a propósito de tudo, de todos e de nós mesmos, é um hábito pernicioso,
de consequências imprevisiveis.
O desalento, por sua vez, é clima anestesiante, que entorpece e destrói. e que falar da maledicência ou da inutilidade, com as quais despendes tempo valioso e longo em conversação infrutifera, extinguindo as tuas forças? Que gênio milgroso te doará o equilibrio orgânico, se não sabes calar, nem desculpar, se não ajudas, nem compreendes, se não te humilhas para os desígnios
superiores, nem procuras harmonia com os homens? Por mais que apressem socorristas da Terra e do plano Espíritual em teu favor,
devoras as próprias energias, vítima imprevidente do suicidio indireto.
Se estás doente, meu amigo, acima de qualquer medicação, aprende a orar e a entender, a auxiliar e a preparar o coração para a Grande Mudança.
Desapega-te de bens transitórios que te foram emprestados pelo Poder Divino, de acordo com a Lei do uso, e lembra-te
que serás, agora ou depois, reconduzido à Vida Maior, onde encontramos sempre a própria consciência.
Foge à brutalidade.
Enriquece os teus fatores de simpatia pessoal, pela prática do amor fraterno.
Busca a intimidade com a sabedoria pelo estudo e pela meditação. não manches teu caminho.
Serve sempre. Trabalha na extensão do bem.
Guarda lealdade do ideal que te ilumina o coração permanece convicto de que, se cultivas a oração da fé viva em todos os teus passos, aqui ou além, o Senhor te levantará.


Emmanuel / Chico Xavier


terça-feira, 17 de outubro de 2017

Preciso de Alguém

Você tem amigos?
Em caso positivo, então sabe o quanto é importante ter amigos verdadeiros.
Muito já se falou desses tesouros chamados amigos, mas nem todas as pessoas lhes dão o devido valor.
Quando não se é rico, nem importante, nem famoso, é fácil saber quem são os amigos, pois, em tese, não têm outro móvel para uma aproximação que não seja a amizade pura e simples.
O mesmo não acontece com pessoas ricas ou famosas, pois aí poderá haver aproximações movidas por interesses e conveniências, nem sempre baseados na amizade sincera.
É muito comum que pessoas famosas, muitas vezes, se sintam solitárias, fiquem depressivas e apáticas, por falta de alguém em quem possam confiar incondicionalmente.
Talvez seja por essa razão que uma poetisa escreveu o seguinte:
Preciso de alguém que me olhe nos olhos quando falo; que ouça as minhas tristezas e neuroses com paciência.
E, ainda que não compreenda, respeite os meus sentimentos.
Preciso de alguém que venha brigar ao meu lado, sem precisar ser convocado.
Alguém amigo o suficiente para dizer-me as verdades que não quero ouvir, mesmo sabendo que posso odiá-lo por isso.
Nesse mundo de céticos, preciso de alguém que creia nessa coisa misteriosa, desacreditada, quase impossível: a amizade.
Que teime em ser leal, simples e justo, que não vá embora se algum dia eu perder o meu ouro e não for mais a sensação da festa.
Preciso de um amigo que receba com gratidão o meu auxílio, a minha mão estendida. Mesmo que isto seja muito pouco para suas necessidades.
Preciso de um amigo que também seja companheiro, nas farras e pescarias, nas guerras e alegrias e que, no meio da tempestade, grite em coro comigo: "Nós ainda vamos rir muito disso tudo."
E ria muito. E nessa busca empenho a minha própria alma, pois com uma amizade verdadeira, a vida se torna mais simples, mais rica e mais bela...
A verdadeira amizade está acima de quaisquer valores financeiros. Todo o dinheiro do mundo não seria suficiente para adquirir uma amizade leal, já que é um sentimento que não está à venda.
E por mais rico que seja um ser humano, ele não será completamente feliz se não contar com, pelo menos, um amigo fiel.
De nada valeria ser a pessoa mais famosa do mundo, se não puder contar suas alegrias a um amigo.
De nada adiantaria ter todas as riquezas materiais que o mundo pode oferecer, se não houver uma amizade para compartilhar.
Por outro lado, ainda que a pessoa seja a mais pobre da face da Terra, se tiver um amigo verdadeiro, nunca passará necessidade.

* * *
Quando outras emoções se enfraquecem no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira devotada das pessoas que se estimam.
Ter amizade é ter coração que ama e esclarece, que compreende e perdoa, nas horas mais amargas da vida.
A amizade pura é uma flor que nunca morre.



segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Amados e amáveis


Todos desejamos ser amados. Mas será que já compreendemos a necessidade de sermos amáveis?

A História nos conta que todos os que foram hóspedes de Theodore Roosevelt, o presidente americano, ficaram espantados com a extensão e a diversidade dos seus conhecimentos.

Fosse um vaqueiro ou um domador de cavalos, um político ou diplomata, Roosevelt sabia o que lhe dizer.

E como fazia isso? A resposta é simples: Todas as vezes que ele esperava um visitante, passava acordado até tarde, na véspera, lendo sobre o assunto que sabia interessar particularmente àquele hóspede.

Porque Roosevelt sabia, como todos os grandes líderes, que a estrada real para o coração de um homem é lhe falar sobre as coisas que ele mais estima.

O ensaísta e outrora professor de literatura em Yale, William Phelps, aprendeu cedo esta lição.

Narra a seguinte experiência:

Quando tinha oito anos de idade, estava passando um final de semana com minha tia.

Certa noite chegou um homem de meia idade que, depois de uma polida troca de gentilezas, concentrou sua atenção em mim.

Naquele tempo, andava eu muito entusiasmado com barcos, e o visitante discutiu o assunto, de tal modo, que me deu a impressão de estar particularmente interessado no mesmo.

Depois que ele saiu, falei vibrante: “Que homem!”

Minha tia me informou que ele era um advogado de Nova York, que não entendia coisa alguma sobre barcos, nem tinha o menor interesse no assunto.

“Mas, então, por que falou todo o tempo sobre barcos?”

“Porque ele é um cavalheiro. Viu que você estava interessado em barcos, e falou sobre coisas que lhe interessavam e lhe causavam prazer. Fez-se agradável!”

* * *

Inspirados nessas duas ricas experiências, indagamos: Será que nos esforçamos para nos tornarmos agradáveis aos outros?




Será que encontramos neste mundo cavalheiros com tais características de altruísmo e polidez?

São raros, infelizmente. Por isso, a lição nos mostra mais um caminho para a verdadeira caridade, ou mais uma sutil nuança dessa virtude.

Se desejamos ser amados, obviamente que precisamos nos esforçar para sermos amáveis!

A amabilidade é esta qualidade ou característica de quem é amável, por definição.

É ser polido, cortês, afável. É agir com complacência.

Allan Kardec, ao estudar a afabilidade e a doçura, na obra O Evangelho segundo o Espiritismo, conclui:

A benevolência para com os semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que são a sua manifestação.

* * *

Não será porque sorrias a todo instante que conseguirás o milagre da fraternidade. A incompreensão sorri no sarcasmo e a maldade sorri na vingança.

Não será porque espalhes teus ósculos com os outros que edificarás o teu santuário de carinho. Judas, enganado pelas próprias paixões, entregou o Mestre com um beijo.

Por outro lado, não é porque apregoas a verdade, com rigor, que te farás abençoado na vida.

Na alegria ou na dor, no verbo ou no silêncio, no estímulo ou no aviso, acende a luz do amor no coração e age com bondade.

Cultiva a brandura sem afetação. E a sinceridade, sem espinhos. Somente o amor sabe ser doce e afável.

com base no cap. 6, pt. 2, do livro Como fazer amigos e influenciar pessoas, de Dalle Carnegie,
ed. Companhia Nacional; no item 6, do cap. IX do livro 
O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB
e no cap. Afabilidade e doçura, do livro Escrínio de luz, pelo
Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier,
ed. O CLARIM.













domingo, 15 de outubro de 2017

Enya - Only Time (Official Music Video)






"Only Time" Lyrics:

Who can say where the road goes
Where the day flows, only time
And who can say if your love grows
As your heart chose, only time

Who can say why your heart sighs
As your love flies, only time
And who can say why your heart cries
When your love lies, only time

Who can say when the roads meet
That love might be in your heart
And who can say when the day sleeps
If the night keeps all your heart
Night keeps all your heart

Who can say if your love grows
As your heart chose
- Only time
And who can say where the road goes
Where the day flows, only time

Who knows? Only time
as de "Only Time":

Quem pode dizer onde a estrada vai?
Onde o dia flui, apenas o tempo
E quem pode dizer se o seu amor cresce
Como o seu coração escolheu, apenas o tempo


Quem pode dizer por que seu coração suspira

À medida que seu amor voa, apenas o tempo
E quem pode dizer por que seu coração chora
Quando o seu amor se encontra, apenas o tempo

Quem pode dizer quando as estradas se encontram
Que o amor pode estar em seu coração
E quem pode dizer quando o dia dorme
Se a noite mantém todo seu coração
A noite mantém todo seu coração

Quem pode dizer se o seu amor cresce
Como seu coração escolheu
- Só o tempo
E quem pode dizer onde a estrada vai?
Onde o dia flui, apenas o tempo

Quem sabe? 
Só o tempo

sábado, 14 de outubro de 2017

Perdendo o Brilho

Era uma vez uma navalha de excelente qualidade, que morava numa barbearia.
Certo dia em que a loja estava vazia, ela resolveu dar uma voltinha. Soltou-se do cabo e saiu para apreciar o lindo dia de primavera.
Quando a navalha viu o reflexo do sol em si mesma, ficou surpresa e encantada.
A lâmina de aço lançava uma luz tão brilhante que, subitamente, com excessivo orgulho, ela decidiu:
“Eu não vou voltar para aquela loja de onde acabei de fugir. É claro que não! Deus não pode querer que uma beleza tal como a minha seja desonrada dessa maneira.
Seria loucura ficar aqui cortando as barbas ensaboadas daqueles camponeses, repetindo sem cessar a mesma tarefa mecânica!
Será que minha beleza foi realmente feita para um trabalho desses? Certamente não! Vou me esconder num local secreto e passar o resto da vida em paz.”
Em seguida foi procurar um esconderijo onde ninguém a visse.
Passaram-se meses. Um dia, a navalha teve vontade de respirar ar fresco. Saiu cautelosamente de seu refúgio e olhou para si mesma.
Deu-se conta de que algo terrível lhe acontecera. A lâmina estava horrorosa, parecendo uma serra enferrujada, e não refletia mais a luz do sol.
Ficou muito arrependida pelo que havia feito, e lamentou amargamente a irreparável perda.
“Como teria sido melhor se eu tivesse conservado em forma a minha linda lâmina, cortando barbas ensaboadas! Minha superfície teria permanecido brilhante e minha borda afiada!
Agora, aqui estou eu, toda corroída e coberta de uma horrível ferrugem! E não há nada a fazer!”
* * *
O triste fim da navalha é o mesmo que nos pode suceder quando nos permitimos a preguiça, quando deixamos de utilizar nossos talentos.
Talento não utilizado se embrutece, se perde.
Admiramos os bailarinos, em suas performances impecáveis. No entanto, não podem se permitir o abandono dos treinos diários, dos exercícios continuados.
De igual forma, os acrobatas, os ginastas.
Se relaxarem, logo perderão a elasticidade dos músculos, a plasticidade dos movimentos.
Assim também quem escreve, se deixa de fazê-lo, perde a leveza da forma, a possibilidade mágica de juntar letras e criar poesia, compor romances.
Se desatendemos do estudo, nossa capacidade de raciocínio declina.
Isso quer dizer que quanto mais lemos, pesquisamos, mais aprimoramos nossa mente, agilizamos nossos pensamentos.
O sábio homem de Nazaré lecionou, na parábola dos talentos essa profunda lição, narrando a diferença entre aqueles que utilizaram seus talentos e os multiplicaram e o que optou por enterrar o seu, vindo a perdê-lo.
Por isso é que, por vezes, desacostumados a ler, a estudar, vamos registrando deficiência gradual da memória, como se nossa capacidade fosse enferrujando.
É assim que o trabalho, essa ocupação útil, faz tanto bem ao corpo e à alma.
Na forja da atividade física ou intelectual, aprimoramos corpo e mente, ampliamos possibilidades, crescemos em capacidades.
Dessa forma, o convite se faz para a leitura, o estudo, a pesquisa, a atividade física, como meios de nos mantermos saudáveis, de corpo e alma.

com base no cap. A navalha, do livro Fábulas e lendas,
de Leonardo da Vinci, ed. Salamandra.



Contemplar o Belo

Arbusto em frente a
Casa de Caridade Formigueiro do Bem

"É nas coisas simples e anônimas que se encontram os maiores tesouros da emoção..."

Contemplar o belo é fazer das pequenas coisas um espetáculo aos nossos olhos. É dialogar com os amigos, elogiar as pessoas, amar os desafios da vida. É admirar as crianças, ouvir as histórias dos idosos. É descobrir as coisas lindas e ocultas que nos rodeiam. É admirar as nuvens, o canto dos pássaros, o baile das olhas sob a orquestra do vento. É perceber além das imagens e das palavras. Creio que menos de 10% das pessoas sabem contemplar o belo. Quem despreza essa lei tem uma alegria fugaz, uma emoção superficial.

O PRAZER DE VIVER
Se sua história se transformou numa rotina repleta de tédio, se lhe faltam prazer, sabor e encanto pela vida, é porque você não tem gastado tempo contemplando o belo. Desperte! Se não usar essa ferramenta, você poderá ter sucesso profissional, financeiro e social, mas mendigará o pão da alegria. Será infeliz.
O mestre da emoção, Jesus Cristo, parava a multidão que o seguia para fazer dos lírios um show aos seus olhos. Foi feliz na terra de infelizes, pois vivia a arte da contemplação do belo.

BOM HUMOR
Se você contemplar o belo, você será uma pessoa bem-humorada. As pessoas terão prazer de ficar ao seu lado. Mas, se não contemplar, viverá debaixo da ditadura do mau humor e do negativismo. Nem você mesmo se suportará.
Diversas doenças auto-imunes, cardíacas, bem como alguns tipos de câncer, são desencadeadas pelos transtornos emocionais, em especial pelo mau humor. Uma pessoa otimista vive melhor e por mais tempo.
Contemple o belo para ser bem humorado. Ser negativista não resolve os problemas, mas pode abreviar seus dias...

REJUVENESCIMENTO DA EMOÇÃO
Se você contemplar o belo, será sempre jovem, ainda que o tempo sulque seu rosto com rugas. Se não contemplar, você poderá fazer cirurgia plástica, peelings, mas envelhecerá no único lugar que é proibido envelhecer: no território da emoção. Reclamar é um dos sintomas da velhice emocional.
Muitos jovens são emocionalmente velhos. Eles reclamam do corpo, da roupa, da comida, de levantar pela manhã, de estudar, de que não há nada para fazer. São infelizes porque não sabem agradecer nem fazer muito do pouco. Abra os olhos!

AUTO-ESTIMA
Quem observa a lei de contemplar o belo tem elevada auto-estima, está sempre em consigo mesmo. Mas eis que a psicologia constata algo trágico, a baixa auto-estima se tornou uma síndrome epidêmica. Observe o caso da guerra das mulheres com o espelho. Ao invés de contemplar seus aspectos positivos diante do espelho, elas são especialistas em enxergar seus defeitos.
Atendi muitas mulheres que se queixam com os maridos sobre as áreas do seu próprio corpo que detestam. A baixa auto-estima delas sufoca o amor deles. Por quê? Porque todas as reclamações delas registram-se na memória deles. E, como estudaremos, esse registro não pode mais ser apagado, só reescrito. Com o tempo, seus maridos começam a supervalorizar os defeitos reclamados por elas.
Isso sufoca o interesse e o amor.
As mulheres também se afligem diante das revistas que destacam o corpo e não a inteligência feminina. Ao invés de se sentirem belas, elas comparam seu corpo com o das modelos e se martirizam. Cuidado! Tudo o que você reclama se torna um veneno para sua auto-estima.

DICAS PARA CONTEMPLAR O BELO
Todas as pessoas devem sentir-se bonitas. Não seja escravo do padrão de beleza da mídia. Diga diariamente: eu sou bonito(a)! Pois o feio e o belo são relativos. Beleza está nos olhos de quem contempla...
Contemplar o belo é colocar combustível na felicidade. Cuide de plantas, escreva poesias. Role no tapete com as crianças. Valorize as coisas que são aparentemente insignificantes. Escreva cartas para os amigos. Descubra os filhos. Explore o mundo dos seus pais. Fique dez minutos por dia em silêncio contemplativo. Falar da felicidade sem contemplar o belo é cair no vazio.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Laços de Afeto

Do poeta e escritor gaúcho Mário Quintana, encontramos uma preciosidade que fala sobre algo muito simples: um laço.

Escreveu ele: Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... Uma fita... Dando voltas.

Enrosca-se, mas não se embola. Vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.

É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.

É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.

E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando... Devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.

Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.

E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.

Ah, então, é assim o amor, a amizade.

Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.

Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço.

Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.

E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.

E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.

Então o amor e a amizade são isso...

Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.

Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!

* * *

Tem toda razão o poeta em sua analogia. Amor e amizade são sentimentos altruístas.

Quem ama somente deseja o bem do ser amado. Por isso, não interfere em suas escolhas, em seus desejos.

Sugere, opina, mas deixa livre o outro para a tomada das próprias decisões.

Quem ama auxilia o amado a atingir seus objetivos. Nunca cobra o ofertado, nem exige nada em troca.

Quem ama não aprisiona o amado, não o algema ao seu lado. Ama e deixa o amado livre para estender suas asas.

Assim crescem os dois, pois há espaços para ambos conquistarem.

Na amizade, não se faz diferente o panorama. O verdadeiro amigo não deseja que o outro pense como ele próprio pois reconhece que os pensamentos são criações originais de cada um.

Entende que o amigo é uma bênção que lhe cabe cultivar e o auxilia a realizar a sua felicidade sem cogitar da sua própria.

Sente-se feliz com o bem daquele a quem devota amizade. Entende que cada criatura humana é um ser inteligente em transformação e que, por vezes, poderão ocorrer mudanças na forma de pensar, de agir do outro.

Mudanças que nem sempre estarão na mesma direção das suas próprias escolhas.

O amigo enxerga defeitos no coração do outro, mas sabe amá-lo e entendê-lo mesmo assim.

E, se ventos diversos se apresentam, criando distâncias entre ambos, jamais buscará desacreditar ou desmoralizar aquele amigo.

Tudo isso, porque a ventura real da amizade é o bem dos entes queridos.

Um laço que ata... Um laço que se desata..

Aqueles a quem oferecemos o coração, poderão se distanciar, buscar outros caminhos, atravessar outras fronteiras.

Eles têm o direito de assim proceder, se o desejarem. De nossa parte, lembremos da leveza do laço e cuidemos para que não se transforme em nó, que prende e retém.



Momento Espírita, com base em versos do poeta Mário Quintana 
e no cap. 12, do livroSinal verde, pelo Espírito André Luiz, 
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Cec.


quarta-feira, 11 de outubro de 2017

A gente vai aprendendo


A gente vai aprendendo que o caminho é mais importante do que o chegar, e que é necessário saber contemplar a paisagem pra escutar o que ela te comunica.

A gente vai aprendendo que nem tudo que chega fica, mas que se veio, de alguma forma foi pra nos construir um pouco mais, ainda que na hora nos destrua.

A gente vai percebendo, que muitas vezes, é do outro lado da rua que está algo que buscamos tanto, e que, a travessia se faz necessária, apesar de todos os riscos, de todos os prantos.

A gente aprende, que um desenho vai muito além do traço e da cor, um desenho são linhas que o coração faz pra formar uma obra final.

E aprendi, que o desenho da vida nunca fica igual ao longo dos anos, coisas se apagam, outras se rasuram, outras se acrescentam.

Fui aprendendo que pra todo sentimento existe prazo de validade e que só a sabedoria, de mãos dadas com a idade, é capaz de estica-los mais ou menos tempo dentro de nós.

Aprendi a desaprender também, pois fui percebendo que ninguém pode chegar em mim além do que eu mesma permita.

Assim, aprendi a esperar menos dos outros, pois vejo como tudo é frágil demais ou sensível de menos. Assim, aprendi a não esperar de alguém que não te alcança no coração, que te ultrapasse com atitudes, pois tudo, exatamente tudo que me proponho a me jogar, tem a altitude que eu escolhi ter.

Aprendi "ComSequências" de erros, que se acerta ou se aceita diariamente quem tem como opção simplesmente SER.

Lilian Vereza




terça-feira, 10 de outubro de 2017

Verdadeiro Amor

O que é amor verdadeiro?

Será que existe esse sentimento na face da Terra?

O amor é de essência divina e cada filho de Deus tem no íntimo a centelha dessa chama sagrada.

E o amor tem várias maneiras de se manifestar.

Existe amor de mãe, de pai, de esposa, de marido, de irmão, de tio, de avó, de avô, de neto, de amigo, etc.

Um dia desses, lemos, num periódico digital da Colômbia, uma história de amor das mais belas e significativas, contada por uma doutora colombiana.

Numa tradução livre para o português, eis o que contou a médica:

Um homem de certa idade foi à Clínica, onde trabalho, para tratar de uma ferida na mão.

Estava apressado, e enquanto o atendia perguntei-lhe o que tinha de tão urgente para fazer.

Ele me disse que precisava ir a um asilo de idosos para tomar o café da manhã com sua esposa, que estava internada lá.

Disse-me que ela estava naquele lugar há algum tempo porque sofria do Mal de Alzheimer, já bastante avançado.

Enquanto acabava de fazer o curativo, perguntei-lhe se sua esposa se incomodaria caso ele chegasse atrasado naquela manhã.

"Não", respondeu ele. "Ela já não sabe quem eu sou. Faz quase cinco anos que não me reconhece."

Então lhe perguntei com certo espanto: "Mas se ela já não sabe quem é o senhor, por que essa necessidade de estar com ela todas as manhãs?"

Ele sorriu, e com um olhar enternecido me disse:

"É... Ela já não sabe quem eu sou, mas eu, entretanto, sei muito bem quem ela é."

Tive que conter as lágrimas, enquanto ele saía, e pensei: "É este tipo de amor que quero para minha vida."

O verdadeiro amor não se reduz nem ao físico nem ao romântico.

O verdadeiro amor é a aceitação de tudo o que o outro é... do que foi... do que será... e do que já não é...

* * *

O Mal de Alzheimer é um transtorno neurológico que provoca a morte das células nervosas do cérebro, descrito pelo neuropsiquiatra alemão Alois Alzheimer, que é de onde vem seu nome.

Pode se apresentar em pessoas a partir dos 40 anos de idade, de maneira lenta e progressiva.

Em estado avançado, provoca no paciente a incapacidade para se comunicar, reconhecer pessoas, lugares e coisas.

O enfermo perde a capacidade de caminhar, de sorrir, de fazer a própria higiene, e passa a maior parte do tempo dormindo.

No entanto, do ponto de vista espiritual, é uma bendita oportunidade de aprendizado para o Espírito imortal, que fica temporariamente encarcerado no corpo físico, sem poder se manifestar.

Geralmente, o Espírito percebe tudo o que se passa com ele e ao seu redor, mas não consegue se expressar.

Todavia, não fica insensível à atenção, ao afeto, ao carinho e à ternura que lhe dedicam.

A pessoa sente o amor com que a envolvem.

Por todas essas razões, vale a pena refletir com a médica, que ficou a pensar consigo mesma, depois que seu paciente foi ver sua amada:

É este tipo de amor que quero para minha vida.

O verdadeiro amor não se reduz nem ao físico nem ao romântico.

O verdadeiro amor é a aceitação de tudo o que o outro é... do que foi... do que será... e do que já não é...



domingo, 8 de outubro de 2017

Harmonia das diferenças

De um modo geral, nosso grande problema, nas relações pessoais, é que desejamos que os outros sejam iguais a nós.

Em se falando de amigos, desejamos que eles gostem exatamente do que gostamos, que apreciem o mesmo gênero de filmes e música que constituem o nosso prazer.

No âmbito familiar, prezaríamos que todos seus membros fossem ordeiros, organizados e disciplinados como nós.

No ambiente de trabalho, reclamamos dos que deixam a cadeira fora do lugar, papel espalhado sobre a mesa e que derramam café, quando se servem.

Dizemos que são relaxados e que é muito difícil conviver com pessoas tão diferentes de nós mesmos. Por vezes, chegamos às raias da infelicidade, por essas questões.

E isso nos recorda da história de um menino chamado Pedro. Ele tinha algumas dificuldades muito próprias.

Por exemplo, quando tentava desenhar uma linha reta, ela saía toda torta.

Quando todos à sua volta olhavam para cima, ele olhava para baixo. Ficava observando as formigas, os caracóis, em sua marcha lenta, as florzinhas do caminho.

Se ele achava que ia fazer um dia lindo e ensolarado, chovia. E lá se ia por água abaixo todo o piquenique programado.

Um dia, de manhã bem cedo, quando Pedro estava andando de costas contra o vento, ele deu um encontrão em uma menina e descobriu que ela se chamava Tina. E tudo o que ela fazia era certinho.

Ela nunca amarrava os cordões de seus sapatos de forma incorreta nem virava o pão com manteiga para baixo.

Ela sempre se lembrava do guarda-chuva e até sabia escrever o seu nome direito.

Pedro ficava encantado com tudo que Tina fazia. Foi ela que lhe mostrou a diferença entre direito e esquerdo. Entre a frente e as costas.

Um dia, eles resolveram construir uma casa na árvore. Tina fez um desenho para que a casa ficasse bem firme em cima da árvore.

Pedro juntou uma porção de coisas para enfeitar a casa. Os dois acharam tudo muito engraçado. A casa ficou linda, embora as trapalhadas de Pedro.

Bem no fundo, Tina gostaria que tudo que ela fizesse não fosse tão perfeito. Ela gostava da forma de Pedro viver e ver a vida.

Então Pedro lhe arranjou um casaco e um chapéu que não combinavam. E toda vez que brincavam, Tina colocava o chapéu e o casaco, para ficar mais parecida com Pedro.

Depois, Pedro ensinou Tina a andar de costas e a dar cambalhotas.

Juntos, rolaram morro abaixo. E juntos aprenderam a fazer aviões de papel e a lançá-los, voando, para muito longe.

Um com o outro, aprenderam a ser amigos até debaixo d’água. E para sempre.

Eles aprenderam que o delicioso em um relacionamento é harmonizar as diferenças.

Aprenderam que as diferenças são importantes, porque o que um não sabe, o outro ensina. Aquilo que é difícil para um, pode ser feito ou ensinado pelo outro.

É assim que se cresce no mundo. Por causa das grandes diferenças entre as criaturas que o habitam.

* * *

A Sabedoria Divina colocou as pessoas no mundo, com tendências e gostos diferentes umas das outras.

Também em níveis culturais diversos e degraus evolutivos diferentes.

Tudo para nos ensinar que o grande segredo do progresso está exatamente em aprendermos uns com os outros, a trocar experiências e valorizar as diferenças.

Momento Espírita, com base no livro Pedro e Tina, 

de Stephen Michael King, ed. Brinquebook.