segunda-feira, 27 de junho de 2016

Sonhar

Ele era um jovem que morava no Centro-Oeste dos Estados Unidos. Por ser filho de um domador de cavalos, tinha uma vida quase nômade, mas desejava estudar. Perseguia o ideal da cultura.
Dormia nas estrebarias, trabalhava os animais fogosos e, nos intervalos, à noite, procurava a escola para iluminar a sua inteligência.
Em uma dessas escolas, certa vez, o professor pediu à classe que cada aluno relatasse o seu sonho. O que desejariam para suas vidas.
O jovem, tomado de entusiasmo, escreveu sete páginas.
Desejava, no futuro, possuir uma área de oitenta hectares e morar numa enorme casa de quatrocentos metros quadrados. Desejava ter uma família muito bem constituída. Tão entusiasmado estava, que não somente descreveu, mas desenhou como ele sonhava a casa, as cocheiras, os currais, o pomar. Tudo nos mínimos detalhes.
Quando entregou o seu trabalho, ficou esperando, ansioso, as palavras de elogio do seu mestre.
Contudo, três dias depois, o trabalho lhe foi devolvido com uma nota sofrível.
Depois da aula, o professor o procurou e falou: O seu é um sonho absurdo. Imagine, você é filho de um domador de cavalos. Você será um simples domador de cavalos. Escreva uma outra realidade e eu lhe darei uma nota melhor.
O jovem foi para casa muito triste e contou ao pai o que havia acontecido. Depois de ouvi-lo, com calma, o pai lhe afirmou:
O sonho é seu. Você faça o que quiser. Essa decisão é sua. Persistir neste sonho ou procurar outro.
O jovem meditou e, no dia seguinte, entregou a mesma página ao professor. Disse-lhe que ficaria com a nota ruim mas não abandonaria o seu sonho.

* * *

Esta história foi contada pelo dono de um rancho de oitenta hectares, próximo de um colégio famoso dos Estados Unidos.
O local é emprestado para crianças pobres passarem os fins de semana.
Depois de terminar a história, o dono do rancho se apresentou como o jovem que teve a nota ruim, mas não desistiu do seu sonho.
E o mais incrível é que aquele professor, trinta anos depois, tem visitado, com os seus alunos, aquela área especial.
Naturalmente, ele identificou no proprietário o antigo aluno e confessou: Fico feliz que o seu sonho tenha escapado da minha inveja. Naquela época eu era um atormentado. Tinha inveja das pessoas sonhadoras. Destruí muitas vidas. Roubei o sonho de muitos jovens idealistas. Graças a Deus, não consegui destruir o seu sonho, que faz bem a tantas pessoas.

* * *
Sonhar é da natureza humana. Tudo o que existe no mundo, um dia foi elaborado, pensado e meditado por alguém, antes de ser concretizado em cimento, mármore, madeira ou papel.
Martin Luther King Jr. teve um sonho de paz entre negros e brancos. Pelo seu sonho, deu a vida.
Mahatma Gandhi teve um sonho de não violência. Deu a vida por seu sonho.
Se você tem capacidade de sonhar o bem, persista na ideia e a concretize. Podem ser necessários anos para que se realize um sonho, mas, o que são alguns anos diante da eternidade que aguarda o Espírito imortal?

com base no cap. 55, do livro Para sempre em nosso coração,
de Maria Anita Rosas Batista, ed. Minas.


domingo, 26 de junho de 2016

A Cura verdadeira

Todas as criaturas humanas adoecem, raras são aquelas que trabalham para a cura real.
A ação medicamentosa por si só não restaura integralmente a saúde; o comprimido ajuda, a injeção melhora, no entanto, não podemos esquecer que os verdadeiros males procedem da mente. A mente é uma fonte criadora e a vida plasma em nós mesmos aquilo que desejamos.
Assim, a medicação não nos valerá muito se prosseguirmos tristes e acabrunhados, porque a tristeza é geratriz e mantenedora de muitos males.
Como pretendemos ter a saúde restaurada, se nos permitimos a cólera ou o desanimo por muitas horas? O desalento é anestésico que entorpece e acaba por destruir quem o cultiva.
A ociosidade que corrompe as horas e a inutilidade que desperdiça o tempo valioso, extingue as forças físicas e as do espírito, mesmo porque, a mente ociosa acaba por se dedicar a muitas coisas ruins, como a maledicência e a crítica destrutiva.
Se não sabemos calar nem desculpar, se não ajudamos, nem compreendemos, como encontrar harmonia íntima? Por mais que o socorro espiritual venha em nosso favor, devoramos as próprias energias com atitudes negativas. E com respeito ao socorro médico,mal surgem as primeiras melhoras, abandonamos o remédio , a dieta, os cuidados, demonstrando a nossa indisciplina, por isso, se estamos doentes, antes de qualquer medicação, aprendamos a orar e a entender, a auxiliar e a preparar o coração para a grande mudança.
Fujamos da indelicadeza e do azedume constante que nos conduzirão à brutalidade no trato com os demais. Enriqueçamos nossos fatores de simpatia pessoal, pela prática do amor fraterno, busquemos a intimidade com a sabedoria, pelo estudo e a meditação. Não manchemos o nosso caminho, sirvamos sempre, trabalhemos na extensão do bem em todos, guardemos lealdade às palavras do Mestre Jesus. Permaneçamos com a certeza de que cultivando a oração, vibrando positivamente pela vida, abraçando a oração diária desde logo, a meditação de que nos servimos, atuará rápida e beneficamente em nosso corpo, conduzindo, assim, à verdadeira cura.



sábado, 25 de junho de 2016

Amor precioso

Célia namorava Richard há quase um ano. Ele era viúvo e tinha dois filhos. Desde que o encontrara, sentira que uma nova razão de viver a invadira.
Durante algum tempo ela vivera na sombra da solidão, amargando a separação do primeiro marido. Atendia os seus filhos, os deveres do lar, a profissão, mas sentia como se algo dentro dela se tivesse quebrado, partido, de forma irremediável.
Quando Richard apareceu em sua vida, tudo se modificou. A história dele também era um pouco triste. Ele enviuvara, depois de uma longa e penosa enfermidade da esposa.
Ele e os filhos haviam presenciado a esposa e mãe partir, derrotada na sua luta contra o câncer.
Foi então que, numa manhã de sol de primavera, a tormenta bateu outra vez à porta do coração de Célia. Ela descobriu um caroço no seio. O diagnóstico médico a surpreendeu: o caroço era maligno.
Seu primeiro pensamento foi para Richard e os filhos dele. Fazia pouco tempo que eles tinham enfrentado um grande sofrimento por causa dessa mesma doença.
Como ela poderia trazer de novo para suas vidas esse terrível problema? E tomou uma decisão: romperia o relacionamento com Richard, libertando-o da carga que ela sentia ser.
Telefonou-lhe e, sem qualquer explicação, pôs fim ao namoro. Durante várias semanas ela se recusou a atender os seus telefonemas e devolveu todas as suas cartas.
Mas Richard não desistiu e continuou a persegui-la, implorando para vê-la.
Finalmente, ela cedeu ao cerco e marcou um encontro. Preparou cada palavra meticulosamente. O encontro deveria ser um adeus e ponto final.
Richard parecia extremamente tenso e abatido. Gentilmente, ele perguntou por que Célia tinha terminado o namoro. E ela, de repente, esqueceu o discurso preparado, as desculpas alinhavadas e, quase em lágrimas, falou a verdade. Contou sobre o tumor no seio.
Disse que tinha se submetido a uma cirurgia há alguns dias e estava se preparando para iniciar as sessões de quimioterapia, na semana seguinte.
Você e seus filhos já passaram por isso uma vez, falou ela. Não vou colocá-los de novo nessa situação.
Os olhos de Richard a contemplavam, surpresos. Ele mal conseguiu perguntar:
Você tem câncer?
A pergunta pareceu soar como uma acusação. Sem dizer uma palavra, ela balançou a cabeça. Agora, as lágrimas desciam pelo seu rosto, como uma suave cascata deslizante.
Richard a envolveu com carinho em um doce abraço. Encostou a sua na cabeça dela e a estreitou junto ao próprio peito. Com a voz tomada pela emoção, murmurou:
Célia, podemos lidar com o câncer. Sabemos como lidar com isso. Pensei que você não me amava... O meu amor fará você lutar com maior vigor.
* * *
Algumas vezes, nossa vida é fortalecida pela descoberta de que os outros precisam de nós.
Outras, quando descobrimos, sem sombra de dúvida, que nosso amor é importante para alguém, de uma forma que não imaginávamos, ou que alguém nos ama exatamente como somos.
Talvez só sejamos capazes de servir verdadeiramente aqueles que desejamos tocar, não com nossas mãos, mas com nossos corações e até com nossas almas.
Amar, no sentido mais profundo, é fortalecer-se um no outro para o enfrentamento das dores e a busca da vitória.

do livro As bênçãos do meu avô, de Rachel Naomi Remen, ed. Sextante.



sexta-feira, 24 de junho de 2016

Ser jovem

O general Mac Arthur teve oportunidade de se pronunciar a respeito das fases da vida e o fez nos seguintes termos:
A juventude não é um período da vida. Ela é um estado de espírito, um efeito da vontade, uma qualidade da imaginação.
É uma intensidade emotiva, uma vitória da coragem sobre a timidez, do gosto da aventura sobre o amor ao conforto.
Não é por termos vivido um certo número de anos que envelhecemos. Envelhecemos porque abandonamos o nosso ideal.
Os anos enrugam o rosto. Renunciar ao ideal enruga a alma. As preocupações, as dúvidas, os temores e os desesperos são os inimigos que lentamente nos inclinam para a terra e nos tornam pó antes da morte.
Jovem é aquele que se admira, que se maravilha e pergunta, como a criança insaciável: e depois?
É aquele que desafia os acontecimentos e encontra alegria no jogo da vida.
Considerando tudo isso, com certeza, é que Malba Tahan dizia que não importava se ter noventa, trinta ou dezessete anos.
Porque, afirmava, só o homem comum envelhece com o passar dos dias e dos anos.
O Espírito superior, porém, indiferente ao escoar do tempo, só envelhece com a perda dos seus ideais, o aniquilamento das suas ilusões e com o abandono de seus sonhos.
A mocidade é medida pela confiança e pelo esplendor dos seus sonhos.
Pode-se ser jovem com a própria fé, a coragem, que ultrapassa a timidez.
Pode-se ser velho com nosso próprio medo. A velhice se implanta quando a ânsia de aventura é vencida pelo desânimo e a pessoa somente deseja ficar repousando, viver tranquila.
Assim, seremos jovens enquanto nos conservarmos receptivos às mensagens da natureza. Enquanto tivermos olhos de ver a diversidade infinita de cores da paisagem.
Enquanto tivermos ouvidos de ouvir a melodia do vento nos ramos do salgueiro e o tamborilar da chuva no telhado, escorrendo pela calha.
Seremos jovens enquanto nos deixarmos arrebatar por tudo que é belo, bom, grande.
Enquanto o verde da esperança predominar na policromia da nossa alma. Enquanto o desânimo não conseguir adentrar a porta do coração e a preguiça não dominar a mente.
Enquanto tivermos forças para tecer a colcha de retalhos da nossa vida com sentimentos positivos: um quadradinho azul de amor, um quadradinho rosa de perdão. Um retalhinho lilás de compreensão. Um arremate branco de amizade.
* * *
Se temos um trabalho para cansar, uma tristeza para sentir, uma comida da qual reclamar, não nos permitamos enrugar, envelhecendo.
Se nosso sonho foi desfeito, permitamo-nos outros sonhos e sigamos em frente.
Lembremos de agradecer a Deus, pelo que temos, pelo que o dia nos oferece. Pois existem muitos que dariam tudo para estar em nosso lugar.



quinta-feira, 23 de junho de 2016

Contando tesouros

Após a aula de Educação Física, o professor Jorge pediu aos seus alunos que se reunissem em torno dele.
Como hoje é nosso último dia de aula, eu vou lhes propor um desafio, falou ele.
Aquele que me trouxer o objeto mais caro, seja qual for, ganhará esta bola de futebol.
Os alunos ficaram afoitos. Assim, ao sinal do professor, saíram correndo pela escola, a fim de buscarem o objeto mais caro que pudessem encontrar.
Alguns entraram nas salas de aula, pedindo aos outros professores que lhes emprestassem seus relógios, anéis, colares.
Outros foram conferir os enfeites que ornamentavam a mesa da diretora, buscando por aqueles que, julgavam, seriam os mais caros.
Meia hora depois, conforme o combinado, reuniram-se novamente na quadra esportiva, com o intuito de apresentar seus objetos ao professor.
Um a um, cada aluno foi apresentando ao educador e aos colegas o objeto coletado.
Alguns haviam trazido joias. Outros, artigos preciosos de decoração. Houve até mesmo quem trouxesse equipamentos eletrônicos.
E, então, chegou a vez de João.
Ele se postou à frente dos colegas e retirou do seu bolso uma pequena fotografia, na qual estavam retratados sua mãe, seu pai, seu irmão mais velho e sua irmã caçula.
Os colegas, vendo objeto tão simples e comum, começaram a caçoar. As risadas que começaram meio tímidas logo cresceram em volume.




O professor repreendeu aquele comportamento e disse que cada qual era livre para apresentar aquilo que mais lhe aprouvesse.
Esperou, então, que todos os estudantes terminassem de apresentar suas conquistas e, pedindo silêncio, apontou o vencedor: João.
A turma não se conteve. Como poderia o professor ter escolhido a fotografia de João quando tantos objetos caros haviam sido apresentados?
Jorge, observando o alvoroço da turma, esperou pacientemente que eles se acalmassem e, dando voz a João, perguntou o motivo pelo qual ele apresentara aquele retrato de família.
Meus pais e meus irmãos são meu grande tesouro, respondeu o menino. Não há nada no mundo que, para mim, valha mais do que eles.
O professor, como que já esperando aquela resposta, sorriu para o garoto e o abraçou, lhe entregando o prêmio.
Depois, se dirigindo a toda turma, explicou: Recebemos da vida muitos tesouros: bens materiais, amizades, nossas famílias e muitos mais. Porém, alguns são mais valiosos do que outros.
O verdadeiro sábio,prosseguiu, é aquele que sabe dar o valor correto para cada um deles.
Sorrindo, finalizou: E, por acaso, existe bem mais precioso, mais caro e mais importante no mundo do que nossas famílias? Parabéns por nos lembrar disso, João!
* * *
O Criador, em toda Sua sabedoria, nos reúne em famílias a fim de que elas nos sejam laboratório de experiências.
Afinal de contas, como podemos almejar o amor ao próximo, o perdão, a caridade, a paciência e todas as outras virtudes, quando não as colocamos em prática nem ao menos com aqueles que são nosso próximo mais próximo?
Pensemos nisso!



quarta-feira, 22 de junho de 2016

Renove sua Saúde - Pensamentos Positivos

Renove sua saúde por meio de afirmações positivas
Todas as suas células e seus órgãos cumprirão integralmente seus deveres, se você não os maltratar com pensamentos negativos de descrença, de medo, de raiva, nem de vingança.
Envie pensamentos positivos de saúde a seus órgãos e células, e forneça a seu corpo alimentos sadios, para não lhe dar demasiado trabalho.
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Interprete corretamente a frase de Juvenal: mente sã, corpo são.
Não é a mente que depende da saúde do corpo.
Ao contrário, é o corpo sadio que depende da mente sadia.
Quando o espírito está perfeitamente equilibrado, não há enfermidades que nos ataquem.
Cuide de sua mente, para que a saúde se reflita em todo o seu corpo.
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Seja alegre e otimista! Quando se dirigir a seu trabalho, faça-o de coração alegre. O trabalho que você executa é digno de sua pessoa. Por menor que pareça, é de suma responsabilidade para você e para o mundo.
Não se esqueça jamais de agradecer a Deus o trabalho que lhe proporciona o Pão de cada dia.
Chegue ao local do trabalho com o coração feliz, e o trabalho se tornará um passatempo, um estimulante, que lhe trará, a cada novo dia, imensas alegrias e felicidade incalculável.
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Não diga que não pode trabalhar em benefício dos outros.
Quantos mudos dariam uma fortuna para poderem falar como você!
Quantos paralíticos suspiram pelos passos que você pode dar!
Quantos milionários que entregariam suas riquezas, para terem um décimo da fé que você
tem!
Não diga que não pode trabalhar!
Distribua os bens que Deus lhe concedeu, em gestos de bondade e palavras de carinho.
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Se o sofrimento bateu à sua porta, não se desespere: são bem-aventurados os que choram,
porque serão consolados.
O sofrimento parece a todos um mal, a dor apavora...
Mas, quando aprendemos que a dor é uma libertação que nos devolve a paz de espírito,
passamos a julgá-la menos dolorosa.
Para que sua dor doa menos, aprenda a conformar-se com ela, porque ela representa sua
libertação.
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terça-feira, 21 de junho de 2016

O amor existe sempre

Há dias em que nos perguntamos, sinceramente: Será que o amor existe mesmo, ou será uma invenção daqueles que desejam que ele exista?
Será que o amor não passa de uma ilusão?
No entanto, quando lançamos o olhar um pouco além do nosso limitado círculo de visão, podemos perceber que uma força invencível rege a vida.
E é a essa força que podemos chamar amor.
Sim, o amor de Deus no qual o Universo inteiro está imerso.
Basta ter olhos de ver, que notaremos a ação do amor que, sem dúvida, existe sempre.
Arrebenta-se o átomo, desconcentrando a sua energia, e nasce o Cosmo.
Brilha a estrela, como gema policromada no velário do céu, e o Universo se incendeia.
Organiza-se a célula e exubera a vida.
Surge a semente, repositório de vida orgânica, e a floresta se instala.
Apresenta-se a flor como unidade de beleza, e multiplicam-se jardins.
Dobram-se os jardins, em homenagem à sensibilidade geral, e aromatiza-se todo o ambiente.
Goteja o pingo d´água e formam-se mananciais, deságuam rios e agiganta-se o mar.
Gesta a mulher, em cooperação com o Criador, e surge a Humanidade.
Brilha o intelecto, devidamente direcionado, e constitui-se a ciência.
Medita o cientista, querendo dar utilidade aos seus estudos, e elabora-se a técnica.
Multiplicam-se as técnicas e vive melhor o ser humano.
No ensejo do silêncio, que facilita o olhar para dentro de si mesmo, nasce a meditação.
Medita o ser sobre como ver o mundo, e a arte encontra nascedouro.
Desenvolve-se a arte, desentranhando a criatividade humana, e projetam-se ideias de Deus.
E Deus é todo o amor que existe.
E tudo quanto existe se nutre do amor, que é Deus, e nEle está imerso.
O amor existe sempre!
O zunzum dos insetos e o voo dos pássaros nos falam de amor.
A germinação da semente e a fecundação humana mostram-nos o amor.
O verme que fertiliza o solo e a fera que ruge na selva nos dão mostras de amor.
O sorriso da criança e o aconselhamento do velho são quadros do amor.
A disposição do jovem e a ponderação do adulto são obras do amor.
* * *
Em tudo vibra o amor... E o amor é Deus.
Busquemos, então, meditar sobre o que temos e o que não temos, sobre quem somos e sobre quem não somos, a respeito do que fazemos, e do que não fazemos, guardando a convicção de que sem a presença do amor naquilo que temos, no que fazemos e no que somos, estaremos imensamente pobres, profundamente carentes, desvitalizados.
Seja qual for a lida, a luta, a nossa atividade no mundo, vinculemos-nos ao amor, acatemos as suas sugestões e vibremos vitoriosos e felizes, plenos de vida, de candura, de harmonia, pois com o amor seguimos com Deus, agimos por Deus e em Deus, conscientemente, nos movimentamos. 



com base em mensagem do Espírito Rosângela, 
psicografia de Raul Teixeira, na Sociedade Espírita Fraternidade, 

segunda-feira, 20 de junho de 2016

O que é amor verdadeiro?

Será que existe esse sentimento na face da Terra?
O amor é de essência divina e cada filho de Deus tem no íntimo a centelha dessa chama sagrada.
E o amor tem várias maneiras de se manifestar.
Existe amor de mãe, de pai, de esposa, de marido, de irmão, de tio, de avó, de avô, de neto, de amigo, etc.
Um dia desses, lemos, num periódico digital da Colômbia, uma história de amor das mais belas e significativas, contada por uma doutora colombiana.
Numa tradução livre para o português, eis o que contou a médica:
Um homem de certa idade foi à Clínica, onde trabalho, para tratar de uma ferida na mão.
Estava apressado, e enquanto o atendia perguntei-lhe o que tinha de tão urgente para fazer.
Ele me disse que precisava ir a um asilo de idosos para tomar o café da manhã com sua esposa, que estava internada lá.
Disse-me que ela estava naquele lugar há algum tempo porque sofria do Mal de Alzheimer, já bastante avançado.
Enquanto acabava de fazer o curativo, perguntei-lhe se sua esposa se incomodaria caso ele chegasse atrasado naquela manhã.
"Não", respondeu ele. "Ela já não sabe quem eu sou. Faz quase cinco anos que não me reconhece."
Então lhe perguntei com certo espanto: "Mas se ela já não sabe quem é o senhor, por que essa necessidade de estar com ela todas as manhãs?"
Ele sorriu, e com um olhar enternecido me disse:
"É... Ela já não sabe quem eu sou, mas eu, entretanto, sei muito bem quem ela é."
Tive que conter as lágrimas, enquanto ele saía, e pensei: "É este tipo de amor que quero para minha vida."
O verdadeiro amor não se reduz nem ao físico nem ao romântico.
O verdadeiro amor é a aceitação de tudo o que o outro é... do que foi... do que será... e do que já não é...
* * *
O Mal de Alzheimer é um transtorno neurológico que provoca a morte das células nervosas do cérebro, descrito pelo neuropsiquiatra alemão Alois Alzheimer, que é de onde vem seu nome.
Pode se apresentar em pessoas a partir dos 40 anos de idade, de maneira lenta e progressiva.
Em estado avançado, provoca no paciente a incapacidade para se comunicar, reconhecer pessoas, lugares e coisas.
O enfermo perde a capacidade de caminhar, de sorrir, de fazer a própria higiene, e passa a maior parte do tempo dormindo.
No entanto, do ponto de vista espiritual, é uma bendita oportunidade de aprendizado para o Espírito imortal, que fica temporariamente encarcerado no corpo físico, sem poder se manifestar.
Geralmente, o Espírito percebe tudo o que se passa com ele e ao seu redor, mas não consegue se expressar.
Todavia, não fica insensível à atenção, ao afeto, ao carinho e à ternura que lhe dedicam.
A pessoa sente o amor com que a envolvem.
Por todas essas razões, vale a pena refletir com a médica, que ficou a pensar consigo mesma, depois que seu paciente foi ver sua amada:
É este tipo de amor que quero para minha vida.
O verdadeiro amor não se reduz nem ao físico nem ao romântico.
O verdadeiro amor é a aceitação de tudo o que o outro é... do que foi... do que será... e do que já não é...

domingo, 19 de junho de 2016

O dever e o altruísmo

Conta A. J. Cronin, em sua obra, Pelos caminhos da minha vida, o exemplo de Olwen Davies, uma enfermeira que, aos vinte e cinco anos, recém-saída do seu curso prático de hospital, foi nomeada para o cargo de enfermeira visitante.
Apesar da recepção gélida que teve no lugarejo para onde foi mandada, ela se entregou entusiasticamente ao trabalho. Com qualquer tempo, saía a pé, visitando os doentes, subindo montes, e andando por caminhos desertos.
O médico da localidade era um mau profissional e tantos foram os obstáculos, que Olwen teve que lutar para vencer a tentação de se demitir.
Quando uma violenta epidemia de febre tifoide atacou a pequena cidade, ela foi até o responsável pela Saúde Pública, a fim de receber instruções para combater a epidemia.
Irritado, ele a despachou, dizendo que o surto não era novidade. Os doentes seriam tratados - e pronto! Era o que bastava.
A enfermeira colheu amostras da água de diversos poços artesianos, onde a população se abastecia, e encaminhou para análise laboratorial.
Quarenta e oito horas depois, um telegrama oficial dava contas de que o tifo tinha origem num determinado poço que abastecia a parte baixa da cidade.
O Centro de Saúde interditou o poço e a enfermeira sofreu protestos de toda ordem, por ter exorbitado dos seus deveres, metendo-se onde não devia.
No entanto, não apareceram mais casos de tifo e a epidemia foi cortada em tempo recorde. A opinião pública mudou e o povo lhe abriu as portas.
Uma comissão de moradores, ao final do ano, a presenteou com uma bicicleta. Agora, ela chegava mais rápido aos doentes mais carentes.
Por iniciativa própria, inaugurou uma clínica para crianças e velhos, em um quarto alugado e pago com o seu dinheiro.
Quando lhe diziam que ela deveria estar ocupando cargos de diretoria em importantes hospitais, como algumas das moças que haviam se formado na mesma turma, ela respondia: O meu lugar é este, onde me encontro. Prefiro trabalhar no anonimato, tratando de crianças e velhos carentes.
Certo dia, ela saiu em sua bicicleta para atender a um chamado. Em um trecho da estrada, foi de encontro a uma pilastra que havia caído atravessada. Olwen Davies ficou ali, toda a noite, sob o vento e a chuva.
Encontrada pela manhã, foi levada para o hospital de uma cidade maior. Ela havia fraturado a coluna vertebral.
Uma série de cirurgias longas e complicadas, massagens e eletroterapia resultaram em nada. Nunca mais ela poderia andar.
A corajosa enfermeira não se abateu. Anos mais tarde, numa cadeira de rodas, com o cabelo embranquecido, mais magra e com as pernas cobertas por uma manta, mas ainda de uniforme, estava ela firme no trabalho a benefício do próximo.
Cercada pelos seus doentes, na maioria crianças, ela impelia com as mãos práticas as rodas da sua cadeira.
Quando as pessoas lhe perguntavam como se sentia, ela sorria, traduzindo alegria e bem-estar, e dizia: Não está vendo? Estou ótima! Voltei ao trabalho e ainda sobre um par de rodas.
* * *
Recordemos sempre da nobre aplicação dos valores de que dispomos: a visão, a palavra, a audição, movimento, lucidez e tantos outros, distribuindo bênçãos entre os que conduzem um fardo mais pesado que o nosso.
E lembremos que o homem que cumpre o seu dever ama a Deus mais do que as criaturas e ama as criaturas mais do que a si mesmo. 



com base no artigo O dever e o altruísmo, de José Ferraz, 
da Revista Presença espírita, nº 229, e no item 7, 
do cap. XVII de O Evangelho segundo o Espiritismo, 

sábado, 18 de junho de 2016

Entre dois amores

Dizem que o que acontece nos filmes, acontece na vida. Pois Betty Schimmel viveu o drama de um sonho de amor não realizado.
Aos nove anos conheceu Richie. Na adolescência, a amizade se transformou em amor.
No final de 1944, os nazistas invadiram a Hungria. Betty e sua família foram enviados a um campo de concentração.
Em maio de 1945, ela foi libertada pelos americanos e começou a procurar Richie. Ele fora declarado morto, conforme uma lista que lhe apresentaram.


Então, Otto Schimmel se apaixonou por Betty e, depois de muita insistência, conseguiu que ela se casasse com ele, com a condição de que, se um dia Richie aparecesse, Otto a deixaria partir com o seu grande amor.
Emigraram para os Estados Unidos. Betty morava na casa de seus sonhos, com aqueles que deveriam ser também o marido e a família de seus sonhos: dois meninos e uma menina.
Contudo, o seu coração tinha sido deixado na Europa. Chegou a sofrer um colapso nervoso, pois não conseguia se entregar à felicidade.
Desejando rever a Hungria, fez a viagem sozinha. Na primeira semana em Budapeste, nem conseguiu deixar o hotel. As lembranças eram muitas e pesavam.
Por fim, resolveu ir jantar no Hotel Royal, aquele mesmo onde ela e Richie tinham planejado se casar.
Depois do jantar, ela correu os olhos pelo salão e seu coração disparou. Mesmo de costas, reconheceu Richie. Foi até ele e lhe tocou o braço.
Ele se voltou e, ao vê-la, a abraçou, as lágrimas escorrendo pelo rosto.
Richie era um cientista e estava em Budapeste para uma palestra. Disse que fora capturado pelos nazistas e ficara em um campo de concentração.
Ao ser libertado, a procurara por toda a Europa. Depois, na América.




Ele fora até seu apartamento, em Nova Iorque. Otto o despachara da porta, dizendo que Betty acabara de ter o primeiro filho.
Richie se casara, morava nos Estados Unidos e tinha três filhos. Implorou para que Betty deixasse a família e ficassem juntos.
Nos olhos dele, Betty via refletido todo o amor que haviam compartilhado. Disse que daria a resposta na manhã seguinte, no local de encontro que ambos bem conheciam.
Betty telefonou para Otto, magoada e furiosa porque ele não cumprira a promessa que fizera. Passou a noite andando de um lado para outro. Lembrou de todos os sacrifícios de Otto por ela, pelos filhos. Recordou sua responsabilidade como esposa e mãe e, finalmente, fez sua escolha.
Deixou um bilhete de adeus para Richie. Chorou durante toda a viagem até Paris, onde a esperava o marido.
Então, ela o abraçou, disse que estava voltando para casa e que, pela primeira vez, iria se permitir amá-lo por ele mesmo.
* * *
Uma vez, disse ela, tive um jovem amor que durou dos nove aos quinze anos, Richie. Deus me brindou com um amor maduro, Otto.
Depois de celebrar cinquenta e quatro anos de casamento, desfrutando da companhia dos filhos e netos, eu sei que tomei a decisão certa.
* * *
Utiliza-te do amor, na elevada expressão do matrimônio e, com a alma eleita, tece os sonhos de ventura indestrutível para o futuro imortal.
E nunca confundas paixão com amor e interesse sexual com afeição legítima.

com base no artigo Entre dois amores, de Joyce Gabriel, 
da revista Seleções Reader’s Digest, de outubro de 2001 e no verbete
Matrimônio, do livro Repositório de sabedoria, v.2,
 pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco.


quinta-feira, 16 de junho de 2016

A Opinião dos outros

Você se importa com a opinião que os outros têm a seu respeito?
Se a sua resposta for não, então você é uma pessoa que sabe de si mesma. Que se conhece. É autossuficiente.
No entanto, se a opinião dos outros sobre você é decisiva, vamos pensar um pouco sobre o quanto isso pode lhe ser prejudicial.
O primeiro sintoma de alguém que está sob o jugo da opinião alheia, é a dependência de elogios.
Se ninguém disser que o seu cabelo, a sua roupa, ou outro detalhe qualquer está bem, a pessoa não se sente segura.
Se alguém lhe diz que está com aparência de doente, a pessoa se sente amolentada e logo procura um médico.
Se ouve alguém dizer que está gorda, desesperadamente tenta diminuir o peso.
Mas se disserem que é bonita, inteligente, esperta, ela também acredita.
Se lhe dizem que é feia, a pessoa se desespera. Principalmente se não tem condições de reparar a suposta feiura com cirurgia plástica.
Existem pessoas que ficam o tempo todo à procura de alguém que lhes diga algo que as faça se sentir seguras, mesmo que esse alguém não as conheça bem.
Há pessoas que dependem da opinião alheia e se infelicitam na tentativa de agradar sempre.
São mulheres que aumentam ou diminuem seios, lábios, bochechas, nariz, para agradar seu pretendido. Como se isso fosse garantir o seu amor.
São homens que fazem implante de cabelo, modificam dentes, queixo, nariz, malham até à exaustão, para impressionar a sua eleita.
E, quando essas pessoas, inseguras e dependentes, não encontram ninguém que as elogie, que lhes diga o que desejam ouvir, se infelicitam e, não raro, caem em depressão.
Não se dão conta de que a opinião dos outros é superficial e leviana, pois geralmente não conhecem as pessoas das quais falam.
Para que você seja realmente feliz, aprenda a se conhecer e a se aceitar como você é.
Não acredite em tudo o que falam a seu respeito. Não se deixe impressionar com falsos elogios, nem com críticas infundadas.
Seja você. Descubra o que tem de bom em sua intimidade e valorize-se. Ninguém melhor do que você para saber o que se passa na sua alma.

Procure estar bem com a sua consciência, sem neurose de querer agradar os outros, pois os outros nem sempre dão valor aos seus esforços.
A meditação é excelente ferramenta de autoajuda. Mergulhar nas profundezas da própria alma em busca de si mesmo é arte que merece atenção e dedicação.
Quando a pessoa se conhece, podem emitir dela as opiniões mais contraditórias que ela não se deixa impressionar, nem iludir, pois sabe da sua realidade.
Nesses dias em que as mídias tentam criar protótipos de beleza física, e enaltecer a juventude do corpo como único bem que merece investimento, não se deixe iludir.
Você vale pelo que é, e não pelo que tem ou aparenta ser. A verdadeira beleza é a da alma. A eterna juventude é atributo do Espírito imortal.
O importante mesmo é que você se goste. Que você se respeite. Que se cuide e se sinta bem.
A opinião de alguém só deve fazer sentido e ter peso, se esse alguém estiver realmente interessado na sua felicidade e no seu bem-estar.

* * *

Nenhuma opinião que emitam sobre você, deve provocar tristeza ou alegria em demasia.
Os elogios levianos não acrescentam nada além do que você é, e as críticas negativas não tornarão você pior.
Busque o autoconhecimento e aprenda a desenvolver a autoestima.
Mas lembre-se: seja exigente para consigo, e indulgente para com os outros.
Eis uma fórmula segura para que você encontre a autoconfiança e a segurança necessárias ao seu bem-estar efetivo.
E jamais esqueça que a verdadeira elegância é a do caráter, que procede da alma justa e nobre.

Pense nisso, e liberte-se do jugo da opinião dos outros.


quarta-feira, 15 de junho de 2016

Às Vezes

Às vezes... o profundo se pressupões que não tem fim;
Às vezes... a ida parece não ter volta;
Às vezes... a lágrima insiste em rolar, e parece ser sem fim;
Às vezes... pensamos estar só, e não ter um ombro próximo para nos acalentar;
Às vezes... odiar é muito fácil e amar é complicado;
Às vezes... a vingança parece o caminho mais curto e perdoar tão impossível;
Às vezes... tudo se complica. O certo se torna errado e o errado certo;
Às vezes... Os pés se cansam na jornada tão longa e cansativa;
Às vezes... Perdemos as expectativas e achamos tão atrativa a desistência e complicado é tudo a nossa frente;
e perguntamos : Como será? Por quê? E agora?
Às vezes... esquecemos as vezes... somos esquecidos;
Às vezes... Lembramos às vezes... somos lembrados;
Às vezes... falamos mesmo que calados;
Às vezes... Calamos nos gestos, e outras tantas afogamos no profundo do nosso íntimo
e nos trancamos dentro de nossas portas, dentro de nosso mundinho todas nossas magoas e decepções;
Às vezes... esquecemos que a vida é bem além, bem maior, e que o mundo é grande e muito além do nosso próprio, do que criamos;
e quem o fez é infinito, e infinitamente capaz de nos fazer superar tudo;
Às vezes... Olhamos para baixo, outras para o alto;
Às vezes... Como criação que somos, esquecemos que quase sempre o sol brilha;
Sol que faz as folhas brotarem, e surgir o verde no lugar do amarelado;
O Oasis em lugar do deserto, deserto que às vezes tão perto...
Há vitória no lugar de derrota, sucesso em vez de fracasso;
É, o "às vezes"... aos poucos vai se transformando no "sempre"... Sempre!
E o sempre, sempre traz constância, e a constância, elegância...
e assim descobrimos a beleza de se viver, de insistir, de se superar;
e de ser simplesmente... Nós.


terça-feira, 14 de junho de 2016

O esporte e a guerra

Cerca de cinquenta homens de cada lado. Homens preparados para lutar, para matar. Vindos de lugares diferentes. O que eles têm em comum é que são loucos por futebol.
O clima deveria ser natalino, mas as circunstâncias os colocaram em campos opostos. O lugar onde se encontram é terra de ninguém.
O apito soa em algum lugar. O que eles fazem?
Eles se divertem com a bola improvisada. Chutam e brincam de marcar gols, de dar passes e de driblar. Eles são soldados alemães, de um lado, e soldados ingleses, do outro.
Ninguém perde, todos ganham. Depois de meia hora de brincadeira são convocados a voltar para as trincheiras.
Era 25 de dezembro de 1915 e a Primeira Guerra Mundial mataria a maioria deles. Mas, naquela improvável confraternização de Natal, eles foram felizes.
Quem deu a ordem para a brincadeira acabar foi o major britânico, que ordenou o retorno da tropa para a trincheira lembrando, aos gritos, que estavam lá para matar os alemães, não para fazer amizade com eles.
Não há registros oficiais dessa partida, mas houve alguns relatos dos participantes. A “Trégua de 1915” está nos livros de História, não é um conto de Natal.
Um dos soldados acabou conhecido por ter vivido muito. Viveu para contar e fez um relato singelo daquele Natal.
Afirmou que, na noite de 24 de dezembro, ele e seus colegas ouviram canções de Natal, vindas do lado alemão e responderam cantando.
Naquele Natal de 1915, houve diversas tréguas improvisadas e informais, ao longo das frentes de batalha. Porém, aquela breve partida de futebol, um futebol alegre, sem resquícios de batalha, foi inesquecível.
* * *
Nestes tempos em que as arenas de futebol parecem verdadeiros campos de batalha, campos de ódio e violência, vale a pena refletir sobre algumas questões:
Será que estamos entendendo a verdadeira função dos esportes em nossa sociedade?
Será que perdemos o espírito esportivo, quando transformamos essas atividades em simples negócios, onde não há mais espaço para diversão e confraternização?
Será que estamos voltando às arenas para assistir massacres? Depois de tanto tempo? Será que ainda temos na alma esse prazer doentio?
No que nos tornamos quando vestimos a camisa desse ou daquele time? Será que uniformes têm o poder de nos transformar em primitivos novamente?
Não podemos permitir isso. Não mais. Fomos tão cruéis durante tanto tempo e agora, que temos a chance de viver a Nova Era, a era de amor, de amizade, insistimos nesses vícios destruidores?
Esporte é vida. Esporte é saúde do corpo e da alma. Esporte é superação íntima. Esporte não é destruição ou um simples instrumento para colocarmos para fora nossos animais internos.
O prazer de reunir um grande grupo para torcer por essa ou aquela equipe, nessa ou naquela modalidade, deve estar na confraternização.
O esporte perde seu sentido quando abandona a diversão, o lúdico. E mais, quando abandona a paz.
Ele deve ser instrumento da paz, e não da guerra.
Reflitamos sobre isso tudo. Eduquemos nossas crianças. Alteremos os costumes bárbaros ainda tão presentes nos esportes da Terra.
Esporte é vida. Esporte é saúde, confraternização e veículo da paz.


Reportagem de Marleth Silva, do jornal Gazeta do Povo, de 15.12.2013


sábado, 11 de junho de 2016

É dando que se recebe

A visão filosófica de Francisco de Assis é profundamente importante, permitindo-nos a compreensão maior do modo como ele viveu pelos caminhos do mundo.
O missionário incomparável lançou mão de instrumentos de vida muito especiais, como as coisas simples de seu tempo.
A percepção íntima de que, em última análise, ninguém é possuidor de coisa alguma no mundo das formas físicas, levou-o a continuadas renúncias e a uma viagem fundamental para dentro de si.
No íntimo de seu ser, encontrava a orientação segura de Jesus a propor que procurasse conquistar a si mesmo, pois aí estaria a riqueza verdadeira, a que não pode ser usurpada por nenhum gatuno, que nenhuma traça pode corroer e que não é consumida pela oxidação.
Entendia isso e percebia como são fugazes os haveres materiais. Como são perecíveis. Como são temporais. Tudo é extremamente vulnerável à ação indomável do tempo.
O pobrezinho de Assis nos clareia os caminhos, mostrando que devemos buscar sempre, em primeiro lugar, valores que pulsem no meio dessa atemporalidade.
O que pertence à alma é aquilo que essa alma pode conduzir consigo, onde quer que vá, onde quer que esteja.
Os únicos valores passíveis de impregnar a alma, tornando-se sua parte constitutiva, como brilho, cor, realidade, decorrem da frequência intensa, desenvolvida através do comportamento individual.
Na conclusão filosófica do jovem de Assis, é dando que se recebe, não registramos nenhuma referência a qualquer coisa material, mas às doações da alma.
É assim que, pelas leis da sintonia, da reciprocidade, ou de causa e efeito, concluiu que o que parte de nós é, de fato, o que a nós retorna.
A sementeira é sempre livre, mas a colheita é obrigatória.
Na figura apresentada por Jesus, o que se oferece ao solo, o solo devolve, ampliado, renovado, sejam aromas de flores, sejam espinhos.
* * *
Semeemos simpatia, e a teremos de volta. Espalhemosfarpas e as veremos de retorno.
Distribuamos esperança e nos veremos esperançados. Semeemos agonia, e poderemos contar com a ação do desespero, logo mais.
Ofertemosnosso tempo precioso para atender ao próximo, e veremos que as preocupações do nosso próprio coração também estarão sendo atendidas.
Doemos nosso sorriso ao mundo e o mundo, dentro de nós, sorrirá satisfeito.
Perdoemos aquele familiar que falhou conosco mais uma vez, e perceberemos que, quando nós errarmos, encontraremos mais facilmente o autoperdão.
Semeemos a paz, o otimismo, em meio ao negativismo viciante dos dias atuais, e colheremos tranquilidade em meio ao caos, silêncio em meio à balbúrdia ensurdecedora.
É dando que se recebe. É dando-nos, doando-nos que receberemos a recompensa da consciência pacificada, cumpridora de todos os deveres para com Deus, o próximo e a nós mesmos.
Amemos enos estaremos amando. Perdoemos e estaremos nos perdoando. Doemos e já estaremos recebendo.
Experimentemos a doce exortação de Francisco de Assis e nos sintamos em paz, desde agora. 



com base no cap.20 do livro A carta magna da paz, 
pelo Espírito Camilo, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter. 
  

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Créditos Espirituais

Não deixes que o dia se ponha sem praticares, pelo menos, uma boa ação, melhorando os próprios créditos no caminho espiritual.
Vejamos algumas receitas e sugestões ao alcance de todos:
doar um prato de alimento a quem sofre em penúria;
entregar uma peça de roupa aos que gemem no frio;
improvisar o conforto de uma criança menos feliz;
promover ainda que migalha de assistência, a benefício dessa ou daquela mãe desditosa; oferecer um livro nobilitante;
escrever uma página de esperança e alegria aos amigos ausentes;
conter a irritação; evitar a palavra inconveniente; escutar, com paciência e bondade, a conver-sação inoportuna, no equilíbrio de quem ouve, sem elo-giar a invigilância e sem condenar a nabilidade dos que falam, tocados de boa intenção; prestar serviço desinteressado aos enfermos; assegurar dois minutos de prosa consoladora aos doentes; cultivar o espírito de sacrifício, em favor dos outros, seja em casa ou na rua; plantar uma árvore proveitosa; acrescentar a alegria dos que fazem o bem; auxiliar, de algum modo, aos que procuram auxiliar; encaminhar parcelas de recursos amoedados, conquanto ligeiras, a irmãos em necessidade;
articular algumas frases calmantes em hora de crise;
usar a palavra na construção do melhor a fazer;
remover espontaneamente um perigo na via pública.
Na base de uma boa ação por dia, terás o crédito de trezentos e sessenta e cinco boas ações por ano; se aumentares a contagem em tempo breve, somente a Contadoria Divina conseguirá relacionar a extensão de teus bens imperecíveis e o valor de teus investimentos no erário da Vida Eterna.

Chico Xavier


segunda-feira, 6 de junho de 2016

A Lenda da Caridade

Diz interessante lenda do Plano Espiritual que, a princípio, no mundo se espalham milhares de grupos humanos, nas extensas povoações da Terra.
O Senhor endereçava incessantes mensagens de paz e bondade às criaturas, entretanto, a maioria de desgarrou no egoísmo e no orgulho.
A crueldade agravava-se, o ódio explodia...
Diligenciando solução ao problema, o Celeste Amigo chamou o Anjo Justiça que entrou, em campo e, de imediato, inventou o sofrimento.
Os culpados passaram a resgatar, os próprios delitos, a preço de enormes padecimentos.
O Senhor aprovou os métodos da Justiça que reconheceu indispensáveis ao equilíbrio da Lei, no entanto, desejava encontrar um caminho menos espinhoso para a transformação dos espíritos sediados na Terra, já que a dor deixava comumente um rescaldo de angústia a gerar novos e pesados conflitos.
O Divino Companheiro solicitou concurso ao Anjo Verdade que estabeleceu, para logo, os princípios da advertência.
Tribunas foram erguidas, por toda parte, e os estudiosos do relacionamento humano começaram a pregar sobre os efeitos doma ledo bem, compelindo os ouvintes à aceitação da realidade.
Ainda assim, conquanto a excelência das lições propagadas repontavam dúvidas em torno dos ensinamentos de virtude, suscitando atrasos altamente prejudiciais aos mecanismos da elevação espiritual.
O Senhor apoiou a execução dos planos ideados pelo Anjo da Verdade, observando que as multidões terrestres não deveriam viver ignorando o próprio destino.
No entanto, a compadecer-se dos homens que necessitavam reforma íntima sem saberem disso, solicitou cooperação do Anjo do Amor, à busca de algum recurso que facilitasse a jornada dos seus tutelados para os Cimos da Vida.
O novo emissário criou a caridade e iniciou-se profunda transubstanciação de valores.
Nem todas as criaturas lhe admitiam o convite e permaneciam, na retaguarda, matriculados ns tarefas da Justiça e da Verdade, das quais hauriam a mudança benemérita, em mais longo prazo, mas todas aquelas criaturas que lhe atenderam as petições, passaram a ver e auxiliar doentes p obsessos, paralíticos e mutilados, cegos e infelizes, os largados à rua e os sem ninguém.


O contato recíproco gerou precioso câmbio espiritual.
Quantos conduziam alimento e agasalho, carinho e remédio para os companheiros infortunados recebiam deles, em troca, os dons da paciência e da compreensão, da tolerância e da humildade e, sem maiores obstáculos, descobriram a estrada para a convivência com os Céus.
O Senhor louvou a caridade, nela reconhecendo o mais importante processo de orientação e sublimação, a benefício de quantos usufruem a escola da Terra.
Desde então, funcionam, no mundo, o sofrimento, podando as arestas dos companheiros revoltados: a doutrinação informando aos espíritos indecisos quanto às melhores sendas de ascensão às Bênçãos Divinas; e a caridade iluminando a quantos consagram ao amor pelos semelhantes, redimindo sentimentos e elevando almas, porque, acima de todas as forças que renovam os rumos da criatura, nos caminhos, humanos, a caridade é a mais vigorosa, perante Deus, porque é a única que atravessa as barreiras da inteligência e alcança os domínios do coração.


Chico Xavier / Memei

domingo, 5 de junho de 2016

Uma questão de atitude



A diferença entre os países pobres e os ricos não é a idade do país. Isso pode ser demonstrado por países que têm mais de dois mil anos e são pobres.
Também não reside nos recursos naturais disponíveis.
O Japão possui um território limitado, oitenta por cento montanhoso, inadequado para a agricultura e a criação de gado. Mas é a segunda economia mundial.
Outro exemplo é a Suíça, que não planta cacau mas tem o melhor chocolate do mundo.
Em seu pequeno território, cria animais e cultiva o solo durante apenas quatro meses no ano. Não obstante, fabrica laticínios da melhor qualidade.
Executivos de países ricos que se relacionam com seus pares de países pobres mostram que não há diferença intelectual significativa.
A raça ou a cor da pele, também não são importantes. Qual será então a diferença?
É a atitude das pessoas, moldada ao longo dos anos pela educação e pela cultura.
Ao analisarmos a conduta das pessoas nos países ricos e desenvolvidos, constatamos que a grande maioria segue os seguintes princípios de vida: a ética, como princípio básico. A integridade. A responsabilidade. O respeito às leis e regulamentos. O respeito pelo direito dos demais cidadãos. O amor ao trabalho. O esforço pela poupança e pelo investimento. O desejo de superação. A pontualidade.
Nos países pobres, apenas uma minoria segue esses princípios básicos em sua vida diária.
* * *
Está em nossas mãos tornar o nosso país um lugar melhor para viver.
Deus nos deu um clima tropical, belezas naturais em abundância, um solo rico e uma imensa criatividade.
Basta somente que acionemos os nossos esforços para colocar em prática a ética, a moral, a honestidade, o trabalho.
Por isso, comecemos cumprindo todos os nossos deveres, com pontualidade e zelo.
Trabalhemos com entusiasmo, vencendo as horas.
Conheçamos e respeitemos as leis, não as utilizando para usufruir vantagens pessoais.
Cuidemos do patrimônio público, conscientes de que o que mantém o município, o Estado e o país somos nós.
Quando se destroem ônibus, quando se picham monumentos públicos, quando se roubam livros nas bibliotecas públicas, lembremos que somos nós que pagamos a conta.
São os nossos impostos que mantêm a cidade limpa, as praças em condições de serem usufruídas pelos nossos filhos, as escolas e os hospitais funcionando.
Também não esqueçamos que os homens públicos, do vereador de nossa cidade ao Presidente da República estão a nosso serviço.
Contudo, e muito importante, lembremos que somos exatamente nós os que devemos ter olhos e ouvidos atentos à administração pública, cobrando resultados, mas colaborando, eficazmente. Porque ninguém consegue fazer nada sozinho.
Uma nação unida vence a fome, a guerra, as condições adversas.
Nós precisamos vencer o descaso e investir na educação individual, objetivando um cidadão consciente e atuante. E a educação inicia, em princípio, em nós mesmos.
É assim que o Brasil será melhor: quando nós quisermos!

com base no texto A riqueza e a pobreza das nações, de Avaniel Marinho.


sábado, 4 de junho de 2016

O que seriam das flores se não fosse as sementes!

Quem dera depois de adulto, voltar a ser criança
Eu teria mais tempo para plantar flores
e mais tempo para colher sementes
O mundo não seria assim, tão cinza



E o adulto que sou hoje não seria fruto de um mundo desequilibrado
Eu queria voltar a ser criança
E ver um mundo cheio de árvores, de vida
Repleto de humildade, de sinceridade e de despretensão,
Porque, quando somos crianças as coisas se parecem mais simples,
Mais descomplicadas...
É fácil entender que as árvores representam os homens,
Simbolizam a vida, que surge, que se renova a cada amanhecer
Como criança saberia que o mundo é grande, mas precisa de cuidados
Afinal, não existem Flores sem sementes.